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McKinsey vê ganho de R$24 bi para agricultura em 5 anos com “big data”

O uso de ferramentas baseadas na análise de grandes volumes de dados, conhecidos como “big data”, tem potencial de gerar ganhos de 24 bilhões de reais em cinco anos para as culturas de soja, milho e trigo no Brasil, apontou um estudo inédito da consultoria McKinsey.

O levantamento, ao qual a Reuters teve acesso, identificou 28 casos em que a análise de “big data” pode trazer resultados positivos para produtores e agroindústrias.

Em algumas fazendas, o conceito de trabalhar com um grande volume de dados já começa a aparecer por meio da chamada agricultura de precisão, em que insumos como fertilizantes e sementes são distribuídos precisamente na lavoura após análises de solo e com a ajuda de plantadeiras guiadas por satélite.

Outro exemplo de aplicação de “big data” são sistemas de controle de frota que apontem o status, a performance e potenciais gargalos no uso de maquinário agrícola, com sugestões de otimização.

A McKinsey indicou que é possível reduzir em 17 por cento o tamanho dos gastos com tratores, caminhões, colheitadeiras e outros equipamentos móveis.

A consultoria ressaltou também que melhorias de manejo agrícola baseadas na análise profunda de dados podem maximizar a produtividade das lavouras.

“Nos últimos quinze anos, a média de aumento de rendimento agrícola no mundo é da ordem de um por cento ao ano. Se conseguir cinco por cento, ao longo de cinco anos (com o uso de “big data”), já seria um excelente resultado, mas pode ser até mais”, disse o sócio associado da McKinsey, Davide Ceper.

O conceito de análise de “big data” usa técnicas avançadas, como algoritmos sofisticados e poderosas redes de dados para gerar conhecimento e análises que seriam praticamente impossíveis de obter rapidamente e com precisão por meio de métodos convencionais.

A McKinsey destacou que os ganhos de 24 bilhões de reais não consideram gastos necessários com equipamentos, sensores e redes de dados, por exemplo.

“Mas esses investimentos não precisam ser exagerados. Depende muito do que você quer fazer”, disse Ceper.

Ele citou exemplos como o uso de um drone (aeronave não tripulada) para monitorar plantações de florestas. O equipamento custa 70 a 80 mil dólares, mas paga-se em um ano ou dois, com a redução dos longos deslocamentos de equipes de pesquisa e vigilância.

Outra aplicação viável e já conhecida, citada por Ceper, é o controle preciso dos insumos químicos usados em uma usina de açúcar, em que os produtos vão sendo dosados de acordo com a qualidade da cana, medida na entrada da fábrica, para maximizar a produção e a qualidade do produto final.

A análise de “big data” pode ser oportunidade de negócio para muitas empresas prestadoras de serviço, apontou a McKinsey.

“Muitos “players” estão entrando neste espaço, desde empresas estabelecidas até empresas novatas e grande companhias tradicionais de tecnologia. No entanto, não há ainda um líder nesta indústria e o jogo está aberto… com muitas oportunidades de criação de novos modelos de negócios e de ganhos para quem for o primeiro a se movimentar”, disse a consultoria no estudo.

O estudo será apresentado pela consultoria em uma conferência com presidentes de empresas nesta sexta-feira, em São Paulo.

 

Por:  Gustavo Bonato

Fonte: Reuters

 

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