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Mastite: Uma das principais fontes de prejuízos em rebanho leiteiro

A mastite é uma das principais fontes de prejuízos em rebanhos leiteiros, tendo impacto direto sobre os custos de produção. As Mastites são inflamações agudas ou crônicas das mamas, mais frequentes em ruminantes, sendo que o agente predominante nestes são bacterianos, predominando os estreptococos, estafilococos e a E. coli, causando entre 80% a 90% das mastites infecciosas.

Todas as fêmeas mamíferas podem contrair a infecção, mas somente nos bovinos, caprinos e ovinos é que terá importância econômica e sanitária.

A ocorrência da doença pode ser em qualquer estação do ano, sendo quase que unicamente durante a lactação, sendo que a incidência varia de acordo com o tipo de criação, higiene, fatores predisponentes como: a elevada produção leiteira juntamente com as rações ricas em proteínas, traumas na mama e o tipo de ordenha que é realizado.

As causas são relacionadas principalmente as ordenhas. A ordenha manual ou a mecânica podem não esgotar o leite presente nas tetas, podendo causar mastites assépticas, ou até mesmo sépticas, devido à baixa da resistência, caso haja a presença do agente. Os agentes presentes na mama multiplicam-se rapidamente, ou mesmo, aproveitar a baixa resistência e alcançar os adenômeros mamários por via ascendente. Neste local, alteram o ambiente celular através da ação de suas enzimas, catabólitos e até mesmo devido à acidificação do meio causada pela fermentação da lactose. A soma destes fatores resulta em uma inflamação com aumento da exsudação do líquido tissular e o pH torna-se alcalino. Há também a migração de neutrófilos e linfócitos para o local inflamado. Em casos muito agudos a mama apresenta-se aumento de volume e congesta, já em casos mais brandos as alterações visíveis são mínimas, ou até inexistentes.

Nos casos agudos os sintomas são: mama ou quarto afetados apresentam-se inflamados, quentes, doloridos, às vezes com notável hiperemia, conferindo à mama uma coloração rosada intensa até vermelha. Existem casos, como nas mastites estafilocóccicas, que o animal pode apresentar febre, taquicardia, dispneia, às vezes, apatia com rápida evolução e morte dentro de poucos dias. Existem formas diferentes de mastites.

A mastite clínica apresenta sinais evidentes, tais como: edema, aumento de temperatura, endurecimento, dor na glândula mamária, grumos, pus ou qualquer alteração das características do leite. Na forma subclínica não se observam alterações macroscópicas e sim alterações na composição do leite; portanto, não apresenta sinais visíveis de inflamação do úbere. 

A Mastite subclínica apresenta leite aparentemente normal, mas com uma contagem maior que 500.00 de leucócitos/ml e provas químicas-clínicas positivas.

Infecção latente o leite é normal, sem aumento de células nem provas positivas, mas com a presença de agentes patogênicos.

A mastite é uma doença que causa muitos prejuízos. As perdas econômicas devido à mastite clínica são totais, pois o leite tem uma aparência ruim, não sendo aproveitado. No entanto, é comum haver mastites subclínicas que ocorrem em um ou mais quartos leiteiros e que causam perdas consideráveis.

A forma clínica é facilmente reconhecida por meio do teste da caneca, pois o leite ou o quarto mamário apresentam alterações visuais, como a presença de grumos, coágulos e leite aquoso. Já a mastite subclínica somente pode ser detectada mediante testes auxiliares, como o CMT e a contagem de células somáticas.

O tratamento é feito, de modo geral, via mamária com preparados especiais, conhecidos como antimastíticos. As tetas devem ser esgotadas pelo ordenhador, em seguida, é introduzida a cânula da embalagem na teta e depositado todo o conteúdo para dentro do quarto afetado, massageando durante um minuto. Uma semana após o término do tratamento, deve ser feito testes para verificar se a inflamação cedeu.

A prevenção e a melhor forma de se controlar a doença. No momento da ordenha é necessário que seja feito um manejo, realizando-se uma higienização dos tetos, utilizando equipamentos adequados e realizando os procedimentos corretamente. O controle deve ser feito eliminando as infecções existentes, evitando novas infecções e monitorando o estado de saúde do úbere.

Deve se levar em consideração algumas medidas essenciais como: imersão dos tetos pré e pós-ordenha, com desinfetante germicida; descartar os animais que apresentem mastite crônica ou mais de três casos clínicos no mesmo período de lactação; realizar um tratamento imediato e adequado; utilizar a terapia da vaca seca para todas as fêmeas do rebanho e manter uma correta manutenção dos equipamentos de ordenha.

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