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Mapeamento e amostragem do solo

De acordo com a importância de um conhecimento mais apurado do solo e melhores diagnósticos, necessários para a correção e fertilização do solo, aspecto decisivo para a boa produtividade é extremamente relevante que os processos iniciais que levarão a tomadas de decisão sejam muito bem elaborados, planejados e executados.

O mapeamento de uso e ocupação do solo é a base para o planejamento de sucesso de uma área. Deve trazer informações como localização, vias de acesso e seu tipo (rodovia asfaltada, carreador de terra…), principais distâncias de fornecedores de insumos, estradas internas, áreas construídas e de produção devidamente divididas respeitando sua homogeneidade e que sigam o tipo de uso do solo atual e pretendido no empreendimento.

Um mapa que fornece todos estes parâmetros e demais necessários, demanda um bom levantamento a campo, com GPS e a utilização de imagens de satélite de alta resolução, onde é possível identificar o uso atual do solo com precisão e qualidade. Juntamente com dados de campo é elaborado o novo uso, classificação do solo e topografia. É possível avaliar a cor do solo, estimar a textura, tipos de vegetação existente, processos erosivos, identificar estradas e demais características particulares da área em questão que será o ambiente de produção das plantas, ou seja, é fundamental este nível de detalhamento.Uma vez pronto, e com definidos talhões (com gleba, piquete, área) onde será planejada toda a amostragem do solo para análise homogênea, determinada no processo de mapeamento e também do histórico de uso e adubações/correções praticadas, deve-se considerar que cada amostra de solo pode representar no máximo 10 ha (hectares), portanto deve-se subdividir os talhões a fim de assegurar a confiabilidade das informações levantadas.

Dentro de cada talhão ou sub talhão de até 10 ha, impreterivelmente, a amostra coletada deverá ter aproximadamente 20 sub amostras, ou seja, a coleta deve ser feita em 20 pontos diferentes dentro deste perímetro. Na sequência o material deverá ser misturado e dele retirada uma amostra composta, que será enviada para análise. Nestes parâmetros tem-se, no mínimo, um ponto de coleta a cada 0,5 ha, o que garante uma boa informação da condição química ou física do solo.

Para colocar em prática estes conceitos é necessário georreferenciar estes pontos de coleta dentro do mapa e identificá-los adequadamente. Para isso algumas ferramentas como GPS de navegação, software para a determinação dos pontos de acordo com o mapa são necessárias.

Neste sistema de coleta é permitido fazer a verificação de êxito dos pontos programados, caso haja erros é possível identificá-los antes do envio para análise. Apesar de bastante específico, é possível capacitar o técnico ou funcionário da fazenda para realizar esta tarefa (operação do GPS e ferramentas de coleta) com qualidade e rendimento operacional. Mas afinal, como a coleta deve ser realizada? Quais as profundidades a serem coletadas? Cuidado! Estas perguntas que parecem simples pode gerar erros. Geralmente, a primeira resposta é: 00-20 cm. Se a amostragem foi realizada desta forma pode acarretar um grave erro, que prejudicará todo o processo e comprometerá o fiel diagnóstico do solo, uma vez que ele não é homogêneo quimicamente em superfície e maiores profundidades. A solução é estratificar a coleta do solo e trazer informações separadas de cada camada. Desta forma a diferença será grande e decisiva, porém alguns conceitos para interpretar estes dados são imprescindíveis.A partir destes conceitos o modelo correto de estratificação é a cada 10 cm até 20 cm (duas coletas) e mais uma de 20 cm (chegando até 40 cm) e em alguns casos mais uma de 20 cm (atingindo 60 cm no solo), mas como não existe regra para diagnósticos, as vezes é necessário seguir de 10 em 10 cm até 60 cm, depende do caso. A coleta deve ocorrer sempre no mesmo ponto, pois assim será possível correlacionar as diferenças de fertilidade sem a variação de local, apenas da variação química do perfil. Portanto, em cada ponto georreferenciado haverá uma coleta de cada profundidade, ao final do talhão existirá 20 sub amostras de cada profundidade em recipientes separados. Depois disto, é só homogeneizar AS SUB AMOSTRAS DE CADA PROFUNDIDADE e separar em torno de 400 g (gramas), dependendo da quantidade recolhida por sub amostra, IDENTIFICAR e enviar ao laboratório.

A estratificação do perfil é importante, pois a concentração de bases nas camadas iniciais é maior, e consequentemente o pH cai conforme a profundidade aumenta (isto em uma situação normal). Para se atingir esta situação favorável para a criação de zonas de pH diferentes ao longo do perfil é preciso analisar cuidadosamente a distribuição das bases e dos nutrientes no solo. Sabe-se também que diferentes nutrientes são melhor absorvidos pelas plantas em diferentes gradientes de pH e concentração de bases, tudo isso colabora para o enriquecimento da solução do solo que irá nutrir as raízes. Outro ponto a se considerar é o diagnóstico de camadas de impedimento químico no perfil (camadas com alta concentração de cátions de alumínio ou baixíssimas concentrações de bases), estes dados permitem calcular estequeométricamente as quantidades ideais de corretivos e onde posicioná-los no perfil através da incorporação mecânica. O uso de corretivos solúveis EM ÁGUA (HIDRATADOS) também é corretamente dimensionado e posicionado com base nestas informações.

É imprescindível dar atenção a estes conceitos ao se trabalhar com os corretivos, pois muitas vezes encontram-se recomendações pautadas apenas em amostragens 00-20 cm com recomendações de calcário e gesso, mas COM CERTEZA em algum momento a informação faltou. A chance de errar fica muito grande, mas seguindo conceitos adequados de mapeamento e amostragens de qualidade é possível eliminar erros.

Ao utilizar os conceitos de química de solo para moldar a amostragem, as chances de erro tornam-se nulas. O próximo passo é escolher adequadamente quais as determinações que serão realizadas a partir das amostras coletadas para ter total entendimento da condição do solo e determinar a correção, fertilização e preparo adequados a altas produtividades.

 

Fonte: Revista Produz

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