Mão de obra na pecuária de corte

Os recursos naturais e as condições climáticas do território brasileiro, por si só, favorecem o desenvolvimento de atividades voltadas à produção de proteína animal. No caso da bovinocultura de corte, a constante busca por produtividade e rentabilidade torna necessária a adoção de práticas com o intuito de aproveitar ao máximo o enorme potencial do País para a cadeia produtiva de carne bovina.

Além de nutrição, sanidade e genética, um dos fatores que devem ser considerados de grande relevância no meio pecuário diz respeito à mão de obra. De nada adianta um bom planejamento nutricional e sanitário para o rebanho, se não tiver uma equipe capacitada para executá-lo. A pecuária praticada nos dias de hoje, visando lucro e o maior proveito possível da criação, necessita de bons profissionais que reúnam os conceitos tradicionais de um homem do campo e o que há de mais inédito em termos de técnicas aplicadas à lida com o gado.

Esse é justamente um dos maiores gargalos do setor. Em relação à mão de obra conhecida como “vaqueiro”, já são raros os que entendem ou têm conhecimento para o exercício desta profissão. Dada a forte influência deste profissional nos índices produtivos da pecuária, a questão tem sido preocupação constante dos agentes envolvidos no segmento.

De acordo com o médico veterinário e responsável pela área de bem-estar animal da Beckhauser, Renato dos Santos, um funcionário capacitado e com informação sobre a atividade e o projeto da fazenda se compromete com os resultados ao ponto de ser participativo até mesmo nas decisões necessárias. Por isso, o gestor, até por obrigação legal, deve levar a informação, a capacitação e condições coerentes com o ambiente de trabalho, visando à qualificação do funcionário, a segurança do trabalhador e o bem-estar dos animais.

Produtividade

Devido ao caráter competitivo do setor, se sobressai na pecuária moderna brasileira aquele que aposta, sabiamente, em todas as ferramentas disponíveis para o sucesso da atividade. Com toda certeza, uma dessas ferramentas é a mão de obra. Como toda tecnologia aplicada na pecuária é potencializada ou prejudicada pela qualidade da pessoa que a opera, é de extrema importância que o gestor invista na formação do trabalhador.

Para se ter uma boa equipe profissional é preciso investir em capacitação. Isso serve para todos os setores produtivos do País. Esse investimento exige tempo, dinheiro e planejamento. Apesar de em um primeiro estágio gerar um aumento de custo para o produtor, a recompensa virá com o aumento da produtividade e com a melhoria do produto que, consequentemente, se traduz em rentabilidade.

Desse modo, quando se investe em treinamento, qualificação e valorização, aumentam-se as chances de deixar o rebanho nas mãos de gente capacitada para o trabalho, diminuindo os erros de manejo. Sabendo que um manejo inadequado pode causar lesões no gado, comprometendo a produção da fazenda, o simples fato de reduzir erros já acrescenta, por exemplo, um maior rendimento na carcaça, por se entregar um animal ao frigorífico com menor índice de lesão e menor necessidade de limpeza.

 

Fonte: Revista Produz