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Liberação do milho chinês vai impactar no sorgo e cevada

De acordo com o argentino Pablo Altuna, gerente sênior de Grãos da trading Toepfer em Singapura, a decisão do governo chinês de mudar a política de produção de milho vai impactar nas importações de sorgo, cevada forrageira e grãos destilados. Há algumas semanas, a China anunciou que cortaria os subsídios para produção do cereal, e que não forçaria mais os produtores a vender para o governo.

“Os preços fictícios locais de milho incentivaram importações de substitutos como sorgo. Há uma cota de importação de milho, mas não de sorgo ou cevada. O governo chinês tem tentado barras essas importações com controle de qualidade com sua agência de quarentena. Em 2016/2017, nós estimamos de 60% a 65% menos importações de sorgo”, explicou Altuna ao Agriculture.com.

As bolsas da China tem tido fortes altos e baixos nos últimos anos. Há uma crescente preocupação com a questão imobiliária e o governo tem reagido com taxas de juros mais baixas, desvalorização da moeda e gastando mais dinheiro, incluindo das reservas cambiais algumas vezes, mas especialistas dizem que os produtores podem dormir tranquilos quanto à demanda a longo prazo.

Loren Puette conta que a desaceleração da economia colocou em dificuldade algumas companhias agrícolas que não estão nas bolsas, mas a demanda por soja e milho estará similar a de anos anteriores.

Pablo Altuna acrescentou: “A demanda asiática deve continuar a crescer, nunca baixou. Agora nós temos uma sobreoferta que deve durar um ou dois anos mais, mas não para sempre. A população mundial deve continuar a crescer. A única coisa que ameaça a demanda asiática é o crescente uso de transgênicos como ferramenta de aumento da rentabilidade de grãos, mas acho que estamos longe disso”.

Para Eduardo Ponticelli, assessor de empresas brasileiras em Xangai, o governo chinês está preparado para enfrentar a desaceleração. “A desaceleração se sente, está mais difícil, mas eles têm muito dinheiro em diferentes formas que colocarão nas áreas certas”, resumiu Ponticelli.

Veja também: Esfriamento na economia da China não deve afetar demanda por grãos

Editor RuralSoft

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