Leilões não devem aumentar significativamente preço do trigo
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De acordo com o analista sênior da Consultoria Trigo & Farinhas, Luiz Carlos Pacheco, os leilões de trigo programados pelo governo para essa semana não devem aumentar significativamente preço do cereal de inverno no médio prazo. A ideia é enxugar o mercado para elevar as cotações, pelo menos, até o nível do “Preço Mínimo”.
Para isto, o governo estendeu a autorização de participação às indústrias de ração e exportadores. No entanto, segundo Pacheco, estes não terão muita chance porque o preço líquido final é muito pequeno e exigiria um prêmio maior.
Segundo o próprio governo, a ideia é retirar entre 1,2 e 1,7 milhão de toneladas dos três estados da Região Sul para melhorar o mercado. “Isso não vai acontecer de maneira significativa (apenas levemente) porque ainda restarão estoques suficientes para Sex abastecer tranquilamente os moinhos o resto da temporada, não gerando grandes disputas pela matéria prima. Sem disputa, não haverá elevação de preço”, explica ele.
“Não podemos nos esquecer que o Mercosul produziu safras maiores e de boa qualidade nesta temporada e que o seu trigo entra no Brasil como se fosse trigo brasileiro, competindo com o nacional em muitas praças, principalmente de São Paulo para cima (o argentino) e o paraguaio abastecendo forte o Paraná, aumentando a disponibilidade de matéria prima para os moinhos”, ressalta o analista.
Na visão da T&F, níveis de Preço Mínimo só serão obtidos durante os leilões e nas quantidades dos leilões. Depois, é possível que o nível de preços caia novamente um pouco, embora estacione em níveis um pouco mais altos que os atuais. Por outro lado, Pacheco sustenta que “a lucratividade Arroz/Cepea: neste não está no preço, mas na produtividade. Mesmo aos preços atuais, mas com as altas produtividades desta safra, os agricultores estão tendo lucro”.
Segundo o especialista, os valores tenderão a se elevar “a partir de março/abril, mas não muito, puxados pelo maior ingresso de trigo importado no Brasil e, dependendo da colheita de trigo de inverno no Hemisfério Norte, do aumento ou redução da disponibilidade mundial”.
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