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Iraque vai voltar a comprar carne do Brasil

Uma delegação do governo do Iraque irá visitar o Brasil no começo de junho para avaliar as condições sanitárias do rebanho bovino brasileiro e suspender o embargo à carne imposto em 2012. Os compradores do país árabe dependem desta visita técnica para retomar as importações do produto.

De acordo com informações do presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, a delegação iraquiana chegará ao Brasil em 02 de junho e ficará no País até o dia 12. Eles irão conhecer o sistema de embarque de carne bovina do Porto de Santos, irão visitar um laboratório que analisa a qualidade da carne produzida no Brasil, deverão visitar uma planta de um dos frigoríficos brasileiros e terão uma reunião com representantes do Ministério da Agricultura.

“Ao fim desta visita, eles deverão finalizar o processo de provável abertura [à carne brasileira]. O Iraque é fundamental para o Brasil. Senão, não teríamos feito um churrasco em Erbil no ano passado (na 9ª Feira Internacional de Erbil, em setembro). O Iraque está aos poucos obtendo tranquilidade política, sempre foi um grande comprador do Brasil. Está em uma área [geográfica] de visibilidade. Não víamos motivo para a suspensão das importações, pois estávamos em franco desenvolvimento na região. A expectativa é de retomada”, disse Camardelli à ANBA nesta terça-feira (27).

O Iraque deixou de comprar carne brasileira em dezembro de 2012 após o Ministério da Agricultura do Brasil revelar que uma vaca portadora do agente causador da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) morreu em 2010. O animal morreu de outras causas e não desenvolveu o “mal da vaca louca”, como a doença é chamada.

Outros países suspenderam a compra de carne do Brasil ou do rebanho do Paraná, onde a vaca morreu. Foi o caso, por exemplo, de Chile, Egito, Japão, China, Arábia Saudita, Kuwait, Iraque e Catar. Entre os países árabes, a Arábia Saudita, o Catar e o Kuwait ainda mantêm o embargo ao produto. Em 2013, a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) classificou o risco de a carne brasileira ser prejudicial aos consumidores é “insignificante”.

Camardelli disse à ANBA que a indústria brasileira tem condições de atender rapidamente a demanda do Iraque e afirmou que pedidos já foram feitos aos exportadores brasileiros. Os negócios dependem, no entanto, do aval dos técnicos iraquianos.

No começo deste mês, o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, recebeu o embaixador do Iraque em Brasília, Adel Mustafa Kamil Al-Kurdi. Na ocasião, o diplomata afirmou ao vice-presidente brasileiro que o Iraque importa 95% da carne que consome. Ele observou que o Brasil já foi um grande fornecedor do produto ao país árabe e que tem condições de retomar os embarques.

Por: Marcos Carrieri

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