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Influenza Aviária chega à Nigéria, país de clima tropical

Quem imagina que o vírus da Influenza Aviária só se manifesta sob baixas temperaturas está redondamente enganado. A presença do vírus acaba de ser detectada no estado de Kano, na Nigéria, onde o clima é predominantemente tropical.

Essa não é a primeira vez que a IA afeta a avicultura nigeriana. Há registros de sua presença na produção avícola local em 2006, 2007 e, pela última vez, em 2008, ano em que a FAO mostrou particular preocupação com o problema. 

Na época, técnicos da FAO observaram que, ao contrário do ocorrido na Ásia e na Europa, era pouquíssimo provável o vírus da IA ter chegado à Nigéria através de aves migratórias. A conclusão, então, foi a de que outros meios atuaram no processo – por exemplo, o movimento ilegal ou não controlado de aves vivas ou, ainda, os contatos (humanos) de nível internacional.

É sob este último aspecto – a introdução do vírus através de visitantes do exterior – que a questão precisa ser enfocada pela avicultura brasileira. E, aqui, a Nigéria corresponde a um “case” muito ilustrativo.

Começando pelo clima. Suas temperaturas alcançam, no momento, máximas de 33º-34ºC e mínimas de 18ºC. Ou seja: nada diferente do Brasil na maior parte do ano. E isso se deve, claro, à localização da Nigéria. 

O estado de Kano, por exemplo, está a cerca de 12º de latitude acima da linha do Equador. É, praticamente, a mesma latitude da nossa Salvador – com a única diferença de que a capital baiana está a pouco mais de 12º abaixo da linha do Equador.

Outro aspecto a ser considerado diz respeito à distância: no atual surto, nunca como neste instante o vírus esteve tão perto do Brasil – pouco mais de 5 mil quilômetros. Na América do Sul aproximadamente a mesma distância que separa Caracas de Buenos Aires – um “nada” em se tratando de vírus que se dissemina velozmente pelas vias aéreas.

Atenção redobrada, portanto, pois em menos de seis meses o vírus da Influenza Aviária já marcou presença no Reino Unido, Alemanha, Holanda, Taiwan, Japão, Itália, India, Rússia, Canadá e EUA (estados de Washington e Oregon). E agora – sem considerar os países do sudeste asiático onde a ação do vírus já se tornou endêmica – também na Nigéria.

Não custa lembrar, também, o custo da presença do vírus nos países afetados, sobretudo em relação ao comércio internacional. Nos EUA, por exemplo, até a semana passada, 30 países haviam declarado embargo parcial ou total aos produtos avícolas locais. Isto, ressalte-se, sem que os casos detectados (três, por ora) tenham alcançado a avicultura comercial.

Esta última constatação, aliás, conduz a nova e importante reflexão, pois a maior parte dos casos de Influenza Aviária até agora registrados mundo afora afeta aves não-comerciais, ou seja, pequenas criações de fundo de quintal, planteis de subsistência, até aves de estimação. É, tudo indica, onde deve ser depositada particular atenção, pois essa tem sido a mais comum porta de entrada do vírus. 

 

Fonte: Avisite

 

rsuser

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