Índices produtivos – a importância da avaliação da produção de leite/vaca/dia

Qualquer atividade necessita ser conduzida com um mínimo de gestão e controle, principalmente uma atividade complexa como a produção de leite. Nas fazendas onde não existe nenhum tipo de escrituração ou anotação dos eventos zootécnicos, o gerenciamento adequado da atividade se torna impossível e, assim, o produtor não consegue visualizar sua real situação nem perceber para onde está caminhando. Assim, adotar um sistema de avaliação de desempenho, proporcionando uma metodologia para a gestão estratégica, torna-se primordial.

Entre os eventos zootécnicos que devem ser acompanhados em uma propriedade, os índices produtivos são fundamentais para avaliar a eficiência do sistema. Entre estes estão à produção de leite/vaca/dia e a produção de leite total nas lactações encerradas.

Produção de leite/vaca/dia

A produção de leite depende de muitas variáveis, como grau de sangue do animal, alimentação, manejo, conforto, dias em lactação (DEL), saúde, ordem de parto, entre outros.

A produção diária de leite individual deve ser monitorada com os seguintes objetivos:

Facilitar a divisão de lotes do rebanho

Formular dietas adequadas para cada lote

Acompanhar a curva de lactação de cada vaca

Facilitar a identificação de problemas individuais

Verificar a eficiência produtiva

O leite de cada vaca deve ser pesado semanalmente, quinzenalmente, ou no mínimo uma vez ao mês. Quanto menor o intervalo entre as aferições, mais precisos serão os resultados.

As aferições realizadas durante cada mês, por exemplo, possibilitarão calcular o total da produção mensal de cada matriz. E, ao final da lactação, as somas das produções mensais resultarão na produção total de cada matriz. Esta produção total (na lactação), dividida pelo número de dias de lactação (de cada matriz), resultará na média diária/matriz durante todo o período de lactação. Deve-se buscar o ponto ótimo da produção de leite média diária/matriz para cada sistema produtivo e dentro da capacidade dos animais. Certamente, esta análise dependerá do perfil particular de cada projeto.

Quanto maior a produção diária do animal, maior a receita com a venda de leite e maior a diluição dos custos fixos por litro de leite. Porém, o aumento na produção traz consigo aumento nos custos variáveis, diminuição na eficiência reprodutiva e maiores chances de doenças metabólicas. Por isso, todos esses pontos devem ser levados em consideração ao se escolher a meta para cada sistema.

 

As metas devem ser definidas de acordo com:

– Época do ano: afeta a produção de leite devido à temperatura ambiente e perda na qualidade e produtividade dos volumosos.

– DEL médio (dias em lactação médio das vacas): rebanhos com problemas na reprodução determinam uma maior porcentagem de vacas em lactação com DEL alto. Vacas em fase final de lactação, naturalmente apresentam queda na produção de leite.

– Manejo: alimentar, sanitário, reprodutivo, produtivo.

– Qualidade dos alimentos fornecidos: baixa qualidade dos alimentos causa queda na produção, mesmo naqueles animais com maior potencial genético, ou principalmente nestes.

– Número de ordenhas: A frequência das ordenhas e, consequentemente, o aumento ou a redução nos intervalos entre ordenhas alteram a produção e a composição do leite.

– Definição do ponto ótimo da produção: onde bons índices financeiros são alcançados, sem que seja prejudicada a reprodução, a sanidade, e outros.

Cada produtor deve conhecer o nível de produtividade (média de produção/vaca/dia) máxima que as condições de manejo da propriedade permitem, nunca se esquecendo de que um maior nível de produtividade deve sempre ser almejado, mas desde que não se perca de vista a lucratividade.

No próximo artigo discutiremos sobre a Produção de leite total nas lactações encerradas e a importância para a gestão da propriedade!