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Índia, a nova fronteira: Renda em alta cria novo mercado consumidor

A ascensão de países emergentes deve incrementar significativamente a renda per capita nos próximos anos. De acordo com especialistas de todo o mundo, isso vai provocar maior demanda de consumo por proteínas e, consequentemente, por grãos. Essa segunda reportagem da “Série especial: Índia, a nova fronteira”, apresenta dados oficiais da Organização de Comida e Agricultura das Nações Unidas (FAO) e projeções sobre o futuro desse mercado.

Os números revelam que as projeções mais impressionantes quanto ao consumo de comida no mundo vem da Índia no longo prazo. Em 2011 (considerando os dados da FAO), a dieta pessoal do país era de 32% de grãos, 34% de vegetais e só 2% de carne. O consumo em 1961 era de 43% de grãos, 23% de vegetais e 2% de carne.

O analista indiano Anand Ramanathan, diretor da consultoria KPMG, diz que o país mudará rapidamente de uma dieta baseada em carboidratos para uma dieta mais rica em proteína animal, laticínios, frutas frescas e legumes, com mais comidas processadas. Isso por conta do rápido crescimento da renda per capita e maior consciência e gastos do governo para uma nutrição mais equilibrada da população.

O fator chave é que hoje a Índia produz aproximadamente 200 milhões de toneladas de todos os grãos e atualmente abastece toda a demanda interna. Mas por volta de 2026, é esperado um crescimento de demanda na casa dos 150 milhões de toneladas com uma alta de produção insignificante, segundo uma estimativa do Consulate Group on International Agricultural Research. Assim, os indianos teriam mais de 100 milhões de toneladas em déficit.

A Índia tem mais de 400 milhões de produtores rurais em terras com um tamanho médio inferior a três hectares, mas a população tende a migrar em massa para as cidades e ainda tem outras limitações. A agricultura usa mais de 90% dos recursos hídricos do país, enquanto que a média global é de 54%. Os custos também tendem a aumentar. Em alguns estados, o salário dos camponeses é inferior a R$ 50 por mês, e os aumentos tendem a escalonar.

“A grande oportunidade para os Estados Unidos e para a América Latina aqui são leguminosas e oleaginosas, que a demanda será menor que a oferta muito rapidamente. Também para as empresas que vendem produtos empacotados como leites, lanches, sucos, alimentos prontos para comer e cereais de café da manhã. Estes são os segmentos com maior crescimento. A nossa agricultura tem baixa produtividade. Existe pressão sobre a terra e nos recursos hídricos junto com escassez de mão-de-obra. A fragmentação das terra também impacta a produtividade”, resumiu Anand Ramanathan.

 

Por: Leonardo Gottems

Fonte: Agrolink

 

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