Outras vezes, o animal não está ciclando (não entra em cio), e a causa invisível é essa enfermidade. A IBR/IPV está há muito tempo no Brasil, mas mesmo assim ainda é pouco conhecida.

O Herpesvírus Bovino tipo 1 (HVB-1) provoca em bovinos lesões no trato respiratório, aborto e vulvovaginite pustular nas fêmeas e balanopostite nos machos. A enfermidade recebe a denominação de Rinotraquelite Infecciosa Bovina/Vulvovaginite Pustular Infecciosa (IBR/IPV), mais conhecida como IBR.

O vírus tem a capacidade de infectar células do organismo animal (no caso do HVB-1, os gânglios nervosos) e nelas permanecer sem se multiplicar e sem provocar sinais clínicos. Uma vez infectado, o bovino torna-se portador por toda a vida. O vírus, latente nos gânglios nervosos, pode ser reativado e excretado, contaminando outros animais.

O animal infectado, sob condições de estresse – parição, vacinações, transporte, mudanças bruscas de clima, entre outras – é extremamente suscetível à reativação viral.

O HVB-1 ataca bovinos de todas as idades e dificilmente mata. A transmissão do vírus de sá pela inseminação com sêmen infectado, secreção nasal, fetos abortados, placenta.

As perdas econômicas estão relacionadas ao aborto, baixa fertilidade de machos e fêmeas, crescimento retardado nos animais jovens que adquirem rinotraquelite, entre outras. Se o criador desconfiar que pode estar ocorrendo infecção pelo HVB-1 no rebanho, a primeira medida é chamar um veterinário à propriedade.

O técnico vai avaliar o índice de casos positivos no rebanho. A partir desta avaliação, escolhe o manejo mais adequado: descarte dos animais contaminados, vacinação nos animais infectados ou em todo o rebanho. A solução varia de propriedade para propriedade.
Quando o índice de contaminação é baixo, o criador pode ter um rebanho livre de IBR num curto espaço de tempo. Nesse caso, não se recomenda a vacinação. Ao se vacinar todos os animais, tanto soropositivos quanto negativos, deixa-se de ter como diferenciar animal vacinado de um infectado, pois ambos serão positivos no exame de sangue, dificultando a erradicação total da doença na propriedade.

O importante é ter em mente que para cada fazenda há soluções expecíficas. Em rebanhos fechados, onde há controle de trânsito de animais, e onde os recém chegados ficam em quarentena, como aqueles que retornam de feiras, exposições e leilões, é possível erradicar o vírus sem o uso de vacina, desde que o número de animais infectados seja pequeno.
Situação bem diferente é das fazendas sem rígido programa sanitário, com trânsito freqüente de animais, e onde a doença se encontra disseminada. Nesses casos, a alternativa é a vacinação de todo o rebanho, evitando-se assim as perdas de produção.

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