Frango, ovo, milho e inflação em junho de 2016

O brevíssimo recuo de preços do milho em junho em nada beneficiou a avicultura. Fechando o primeiro semestre de 2016 e dos pela quarta vez consecutiva em toda a história do real (isto é, desde julho de 1994) o grão registrou evolução de preço superior à da inflação – aqui baseada no IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas.
Já frango vivo e ovo continuam com desempenho bem distante do obtido pelo milho e pelo IGP-DI. Pois enquanto os índices da inflação e do milho registram variações de, aproximadamente, 550% e 570%, os dois produtos da avicultura permanecem pelo menos 200 pontos percentuais abaixo.
Neste último caso, destaque para o ovo que, nos últimos dois meses, obteve excelente recuperação e – pela primeira vez em mais de 20 anos – registra índice de preços similar ao do frango. Ou seja: embora seus valores continuem diferentes, registram, aproximadamente, a mesma relação de preços observada na época de implantação do real.
Pena, somente, que essa relação continue distante da inflação. Pois, considerado o IGP-DI de junho (variação de 546,87% em relação a agosto de 1994), frango vivo e ovo teriam sido comercializados por R$3,88/kg e R$124,65/caixa. Ficaram a, respectivamente, 72% e 68% desses valores.
Maior ainda, no entanto, é a deterioração de preços em relação ao milho, principal matéria-prima dos dois alimentos, e cujo preço em junho registrou variação de 569% em relação a agosto de 1994. Pois, para acompanhar seu insumo básico, frango vivo e ovo precisariam ter sido comercializados por R$4,01/kg e R$128,93/caixa. Mas mal alcançaram 70% e 66% desses dois valores.