Frango, ovo, milho e inflação em dezembro de 2016

Frente a uma inflação anual de 7,18% (IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas), apenas ovo e milho encerraram 2016 com preços melhores que em dezembro de 2015. De, respectivamente, 11,92% e 5,47%. Ou seja: o frango vivo teve evolução de preços negativa, de 1,31%.
Porém, as variações mensais ou anuais não mostram a realidade desses setores. Pois, na média de 2016, o frango vivo alcançou preço 10,47% maior que o de 2015; o ovo, de 26,57%; e o milho, de 50,50%.
Em outras palavras, ainda que tenham obtido remuneração superior à inflação do período, ovo e frango ficaram à distancia do aumento registrado por sua principal matéria-prima, o milho. E, neste caso, o ganho em relação à inflação teve significado “zero” para os produtores.
Registre-se, de toda forma, que neste último dezembro o milho voltou a apresentar, em relação ao frango, aproximadamente a mesma paridade registrada um ano antes. Que, por sua vez, correspondeu também à mesma paridade registrada por ocasião da implantação do Real como padrão monetário brasileiro (julho de 1994).

Em outras palavras, lá como agora ou em dezembro de 2015, uma tonelada de frango vivo permitiu adquirir entre 4,6 toneladas e 4,9 toneladas de milho. Em maio de 2016, com os altos preços do milho, o poder de compra do frango foi cerca de 40% menor, uma tonelada do produto adquirindo menos de 2,8 toneladas de milho.
Já os preços do ovo permanecem distantes da paridade registrada em 1994, quando foi implantado o Real. Então, uma caixa do ovo branco extra permitia adquirir 2,5 sacas de milho. Em dezembro passado essa paridade havia recuado 25%, para 1,9 saca por caixa. Mas em maio de 2016 chegou a um valor 46% menor que o de 1994: 1,3 saca por caixa.