Apesar da falta de mão de obra qualificada e da ausência de chuvas na região Sudeste o setor da floricultura deve crescer de 8% a 10% este ano.O aumento do poder aquisitivo do consumidor, a abertura de novos canais de venda e as tendências em flores e plantas ornamentais apresentadas na Expoflora, em Holambra, devem fazer com que o setor movimente cerca de 5,7 bilhões em 2014.
Em vez de reclamar de crises e criticar os problemas que afetam a economia brasileira e mundial, os produtores de flores e plantas ornamentais preferem arregaçar as mangas, usar a criatividade e investir em tecnologia e em capacitação para o abastecimento do mercado. O resultado é um crescimento previsto entre 8% a 10% em relação ao ano passado, índices muito acima da média da economia nacional. A previsão até dos menos otimistas é a de que o mercado brasileiro de flores e plantas mantenha o ritmo de crescimento que vem registrando desde 2006 e feche 2014 com um movimento de R$ 5,7 bilhões. Para cada problema, foram buscando possíveis soluções.
Para driblar a falta de mão de obra qualificada os produtores decidiram investir em tecnologia e automação de seus processos. Além disso, criaram, por meio da Câmara Federal Setorial de Flores e Plantas Ornamentais, curso de capacitação que, em 2014, formou 30 multiplicadores de vários estados. “Eles transformaram-se em gestores para levar para conhecimento tecnológico a produtores de todo o Brasil por meio de cursos presencial e de ensino à distância em parceria com o Senar”, explica Silvia Van Rooijen, presidente da Câmara Setorial Federal.
Silvia acrescenta que, com a finalidade de fixar a escassa mão de obra, os produtores têm oferecido moradia nos próprios sitio e fazendas. “Como não há sazonalidade para grande parte das produções, o emprego é garantido o ano inteiro e com carteira assinada. Tem funcionado, já que entre 70% a 80% da mão de obra do campo é feminina” diz.
Tecnologias – Também o investimento em tecnologia ajudou a driblar a falta de chuvas na região Sudeste. Empresas como a Jan De Wit Lírios e a Terra Viva, ambas de Holambra, por exemplo, desenvolveram sistemas de rega por gotejamento e por inundação. O produtor Jan De Wit vem utilizando, na cultura de lírios, o piso de cultivo, um sistema de inundação e drenagem que proporciona a economia de 50% a 75% de água e de 30% a 50% de adubo. A Fazenda Terra Viva usa o sistema de irrigação por gotejamento em sua produção de antúrios. A água é aplicada de forma pontual através de gotas diretamente no solo. Praticamente todos os produtores contam com estufas climatizadas, que controlam a umidade, o calor e a luminosidade. Assim, embora o calor possa ter afetado a qualidade de algumas flores, a escassez de água não afetou o mercado, exceto em alguns casos isolados e esporádicos.
As autoridades do setor também afirmam que toda a cadeia de produção está investindo no transporte para garantir a entrega rápida e de produtos com qualidade ao ponto de venda. “Antes, as perdas chegavam a 30% da produção ao consumidor final. Conseguimos reduzir a margem de preço entre o produtor e o consumidor, evitando a especulação intermediária. Com isso, nas negociações, em media escala o produtor ganha mais e o consumidor paga menos. Para se ter uma ideia há 20 anos a diferença do preço produtor X consumidor era de 6 a 7 vezes. Hoje, do produtor ao supermercado o preço aumenta cerca de 3X e, nas lojas, 4X em média. As novidades chegam mais rápido e mais baratas aos pontos de venda”, compara Kees Schoenmaker, presidente do Ibraflor.(com assessoria)
Fonte: Diário de Cuiabá
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