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Ferramenta indica predominância de falsa-medideira em lavouras de algodão

Desde a safra 2013/14, os agricultores associados à Ampa (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão), de todas as regiões produtoras de fibra, contam com uma ferramenta precisa no combate às lagartas-praga mais ativas no sistema produtivo adotado em Mato Grosso: o Sistema de Alerta de Pragas Emergentes (SAP-e). Criado na safra 2012/13 como forma de auxiliar os produtores de algodão no controle de lagartas como Helicoverpa e Chrysodeixis includens, o SAP-e é executado pelo Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) com suporte financeiro do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). Naquela safra, a exótica Helicoverpa armigera atraiu grande parte das atenções, mas o monitoramento constante das lavouras – base do SAP-e Mariposas – mostrou que o pessoal das fazendas não podia descuidar de uma velha conhecida: a lagarta falsa-medideira, nome popular de C. includens.

“Graças a essas ferramentas (além do SAP-e Mariposas, o produtor recebe agora o SAP-e Bicudo uma vez por semana), os associados da Ampa e seus colaboradores no campo podem ter uma visão mais objetiva sobre como está o nível de pressão das principais pragas e, assim, planejar melhor as ações de controle, visando preservar a vida útil de novas tecnologias, otimizar o uso de produtos agroquímicos e permitir a adoção de ferramentas do Manejo Integrado de Pragas (MIP)”, comenta Gustavo Piccoli, presidente da Ampa e do IMAmt, e agricultor na região de Sorriso. O projeto SAP-e Mariposas consiste na instalação de armadilhas (do tipo luminosa e Delta) em fazendas dos sete Núcleos Regionais de Produção de algodão em Mato Grosso. As armadilhas são monitoradas pela equipe técnica do IMAmt e os dados sobre a captura de mariposas de lepidópteros-praga pelas armadilhas (ou seja, de lepidópteros em seu estágio adulto/reprodutivo) são analisados pelos assessores técnicos regionais (ATRs) e entomologistas do instituto de pesquisa.

Os informativos semanais, com os gráficos elaborados a partir das informações reunidas, são enviados aos produtores de algodão e permitem prever possíveis infestações ou surtos das pragas monitoradas nas lavouras de uma determinada região, possibilitando a elaboração de estratégias de manejo. No informativo enviado aos produtores esta semana, o entomologista Jacob Crosariol Netto chama a atenção para “o aumento expressivo” do número de mariposas de falsa-medideira capturadas no Núcleo Regional Centro Norte (região de Lucas do Rio Verde): que passou de 4,82 MAD (Mariposas por Armadilha/Dia) na semana anterior para 15,89 MAD. Por outro lado, os Núcleos Médio Norte (região de Campo Novo do Parecis), Centro (região de Campo Verde) e Sul (região da Serra da Petrovina) registraram “uma pequena diminuição do número de mariposas dessa espécie”.

O pesquisador chama atenção também para a captura de mariposas de A. argillacea (Curuquerê-do-algodoeiro) no Núcleo Regional Centro, que se reduziu a zero de uma semana para outra, provavelmente em decorrência de aplicações feitas na região para o controle preventivo do bicudo-do-algodoeiro. Quantos às demais espécies de lepidópteros, entre elas a temida Helicoverpa, o índice MAD se manteve abaixo de um em todos os locais de monitoramento.Na opinião de Jacob Crosariol Netto – que foi recentemente contratado pelo IMAmt e está concluindo seu doutorado em Agronomia (Entomologia Agrícola) pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp – campus Jaboticabal), o SAP-e Mariposas é uma ferramenta bastante útil, que pode contribuir para um manejo mais eficiente de pragas nas lavouras de algodão de Mato Grosso. Porém, ele destaca a importância do monitoramento feito por cada produtor e seu pessoal técnico nas fazendas.

 

Fonte: Revista Produz

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