Categories: Notícias

Falta de água no Cinturão Verde de SP reduz plantio e facilita ataque de vírus

Globo Rural esteve em duas propriedades que cultivam hortaliças.

As chuvas de janeiro ficaram bem abaixo do esperado. A região do Alto Tietê tem cerca de cinco mil produtores de hortaliças e faz parte do chamado Cinturão Verde, responsável pela maioria do cultivo de verduras do estado de São Paulo.

Em novembro do ano passado, o Globo Rural esteve em duas propriedades em Biritiba-Mirim para mostrar a situação das lavouras de alface, em meio à maior estiagem dos últimos tempos. Esta semana voltamos ao sítio de Dorival Moreira e Hiroshi Shintate para ver se as chuvas de janeiro trouxeram algum alívio.

Dorival Moreira não conseguiu plantar até hoje na área que já estava preparada desde outubro para receber 45 mil mudas de alface. Dos quatro hectares de terra arrendada, metade está sem plantação e a lavoura em fase de colheita foi atacada por virose.

O agrônomo da CAT, órgão da secretaria de agricultura do governo do estado de São Paulo, Julio Nagassi explica por que a falta de água favorece o surgimento de pragas na alface. “Em função do baixo potencial de irrigação, a planta acaba ficando mais sensível à questão de ataques”, diz.

Para a irrigação Dorival não capta nada do rio, ele só conta com a água da chuva que fica armazenada em um reservatório, que está praticamente seco.

O agricultor Hiroshi tem outorga do Departamento de Água do estado para tirar água do rio Biritiba, mas só pode ligar a bomba durante o dia. Ele também reduziu a área plantada de 14 hectares para 9 hectares. “Era para eu ter plantado em outubro, ter colhido em dezembro, e já era para eu ter replantado com previsão de colher em fevereiro, gerando custo e despesa, porque eu estou pagando o arrendamento desse terreno sem plantar. Isso é um prejuízo de 20 a 25%”, declara.

Para diminuir a água usada na lavoura, Hiroshi decidiu reduzir o tempo de irrigação pela metade, mas para não comprometer a qualidade da alface, foi preciso investir na preparação do solo.

“Uma das ideias era usar matéria orgânica, compostagem, porque uma vez fermentada ela retém a umidade, isso favorece a planta, não fica muito estressada com a diminuição de 50% da irrigação, sem comprometer no sabor e na qualidade dos meus alfaces”, declara.

Hiroshi tem 50 funcionários e com a redução na área plantada, alguns trabalhadores já começam a ficar preocupados “Às vezes, a gente comenta, porque se não continuar chovendo, falta água e daí vai ter que parar”, diz Elizângela Amarante, produtora rural.

“A gente tem esperança de que continue chovendo para aumentar a área de plantio e manter todos os funcionários”, declara Donizete Nunes, chefe da produção.

 

Fonte: Globo Rural

rsuser

Recent Posts

Cientistas conseguem ‘ler’ cérebro de cavalos para identificar emoções – Olhar Digital

Cientistas conseguiram criar um dispositivo capaz de detectar sentimentos em cavalos. A pesquisa publicada na…

4 anos ago

Startup mineira investe em fidelização no agronegócio

Seedz desenvolveu um software de fidelidade que valoriza o relacionamento entre agricultores e pecuaristas de…

4 anos ago

Vacas ganham app estilo Tinder para encontrar almas gêmeas no Reino Unido

Vacas ganham app estilo Tinder para encontrar almas gêmeas no Reino Unido A Hectare, startup…

4 anos ago

Jovem do interior de São Paulo se torna a rainha dos frangos no Brasil

A produtora rural Luciana Dalmagro, de 34 anos, em sua granja em Batatais, no interior…

4 anos ago

Fazenda Futuro traz ao mercado nova proteína com gosto de frango

A Fazenda Futuro, foodtech brasileira avaliada em 100 milhões de reais, traz ao mercado o…

4 anos ago

Ações são propostas para reduzir o desmatamento na Amazônia Legal por agronegócio e ONGs ambientais

Representantes do agronegócio, ONGs ambientais, setor financeiro, sociedade civil e academia relacionam medidas para reduzir…

4 anos ago