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Falhas da pulverização comprometem controle da Helicoverpa armigera

“Em mais de 90% dos casos, quando acontecem falhas nas aplicações de defensivos agrícolas químicos e biológicos objetivando o controle de plantas invasoras, insetos, doenças fúngicas e bacterianas, as causas são devido às incorretas técnicas e tecnologias de aplicação empregadas”. A afirmação é de Manoel Ibrain Lobo Junior, engenheiro agrônomo e auditor GlobalGAP IFA (Boas Práticas Agrícolas).

O especialista conta que no Paraguai, os produtores realizam aplicações diurnas de herbicidas e noturnas de inseticidas e fungicidas, “quando conseguem uma maior eficiência no controle dos insetos, incluindo nessa extensa lista a Helicoverpa armigera, em função de seus hábitos alimentares noturnos, momento de maior movimentação nas culturas”.

“Existe ainda um conceito antigo que, para atingir com maior facilidade e controlar as pragas localizadas no terço inferior das plantas, é necessário serem aplicados altos volumes de calda em altas pressões nas pulverizações terrestres. No Brasil convencionou-se que altos volumes de calda variam entre 100 a 200 litros (por hectare), médios volumes entre 50 a 100 litros e baixos volumes, menos que 50 litros aplicados”, explica Lobo Junior.

“Tenho acompanhado e participado de reuniões técnicas com grandes produtores do Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Tocantins, Paraná, dentre outros Estados, que realizam aplicações de agroquímicos e produtos naturais em altíssimos volumes de calda, acima de 200 litros/ha. Mesmo assim, reclamam da funcionalidade e da eficiência no controle de vários produtos. São produtores com bom nível de conhecimento em tecnologia de aplicação e que monitoram as deposições de gotas nos baixeiros das plantas, por coletores de gotas (papéis sensíveis à água), mas reclamam que mesmo aplicando altos volumes e atingindo esses coletores, não conseguem controlar a Helicoverpa”, aponta.

No entanto, o engenheiro agrônomo salienta que os melhores controles aconteceram “quando foram aplicados produtos (químicos, orgânicos e biológicos) em volumes entre 60 litros/ha a 100 litros/ha, selecionando bicos e produzindo tamanhos de gotas com diâmetros entre 80 a 120 micra, tamanhos semelhantes ao diâmetro de um fio de cabelo”.

“A explicação para os melhores resultados dos controles das pragas localizadas nas folhas dos baixeiros das plantas com menores volumes de calda é simples: água não controla as pragas, pois ela nada mais é que o veículo para as moléculas dos produtos químicos, orgânicos ou biológicos atingirem os alvos”, justifica.

“Aplicados em menores volumes de água na calda, os defensivos serão mais eficientes, porém, esse volume está condicionado à massa foliar das culturas. Quanto mais massa foliar nos terços superior e médios das culturas a serem superadas e transpostas pelas gotas finas e muito finas, maior será a necessidade de maiores volumes de calda”, acrescenta.

“Baseado nos trabalhos realizados em campo em todo o Brasil e também em todo o Paraguai, posso afirmar que os melhores resultados no controle da Helicoverpa foram conseguidos quando os produtores aplicaram produtos (químicos, naturais ou orgânicos) utilizando bicos (pontas) de pulverização convencionais (sem indução de ar) de jato tipo plano simples ou duplo, bicos de jato tipo cone vazio ou cheio”, conclui.

 

Por: Leonardo Gottems

Fonte: Agrolink

 

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