Categories: Notícias

EXPORTADOR QUER DEFINIÇÃO PARA PADRÃO

Exportadores brasileiros cobram do Ministério da Agricultura agilidade na publicação de novos critérios de classificação de qualidade para a soja como forma de evitar problemas com as vendas para a China na safra 2006/07, que começa a ser embarcada a partir de fevereiro. ‘Pedimos urgência ao ministério. Com a China, a regra é olho vivo para todos os embarques’, disse o diretor geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes.

A afirmação é uma resposta à promessa feita por Pequim de estabelecer normas de importação que poderão limitar as vendas do Brasil. No acumulado do ano até outubro, a China foi destino de 50% das exportações brasileiras de soja. Entre janeiro e novembro, os embarques totais de grão, óleo e farelo renderam US$ 8,84 bilhões ao País. Os chineses ameaçam adotar medidas restritivas caso haja um aumento significativo de importações ou se houver uma desestabilização do mercado interno no curto prazo.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, demonstrou aparente tranqüilidade em relação à China. ‘Tomaremos todas as medidas necessárias. No passado, já vivemos o mesmo problema e ele foi resolvido por meio de gestões diplomáticas do mais alto nível. Faremos agora o mesmo.’

Outras fontes em Brasília, no entanto, minimizaram o assunto e o classificaram como ‘apenas uma ameaça, uma questão comercial’. ‘Se a China limitar o volume de soja que compra do Brasil, não terá de quem comprar’, afirmou uma fonte do governo, lembrando que o mercado chinês de oleaginosa é dividido entre Brasil, Argentina e Estados Unidos. Os argentinos já embarcam a maior quantidade possível de soja para Pequim. Os americanos, por sua vez, estão animados com o mercado de energia e podem trocar o cultivo de soja por milho, grão que é usado na produção de álcool.

A iniciativa privada quer a publicação das regras de classificação para ‘evitar a experiência terrível de 2004’, disse Mendes, da Anec. Há dois anos, Pequim suspendeu as importações brasileiras de soja alegando que sementes tratadas com fungicidas haviam sido misturadas aos carregamentos de grãos verdes. O embargo causou prejuízo de US$ 760 milhões aos exportadores brasileiros, segundo a Anec.

Desde o incidente de 2004, representantes do governo e da iniciativa privada discutem novas regras de classificação para a soja. Seriam estabelecidos dois padrões para a soja: um para o produto que não é processado e outro denominado padrão básico, ou seja, para os grãos destinados para a indústria processadora.

Atualmente, existe um único padrão de classificação, conforme a Portaria 262 de 1983, ou seja, a soja de melhor qualidade acaba sendo misturada com grãos de qualidade inferior, explicou o gerente de mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Evandro Ninaut.

rsuser

Recent Posts

Cientistas conseguem ‘ler’ cérebro de cavalos para identificar emoções – Olhar Digital

Cientistas conseguiram criar um dispositivo capaz de detectar sentimentos em cavalos. A pesquisa publicada na…

3 anos ago

Startup mineira investe em fidelização no agronegócio

Seedz desenvolveu um software de fidelidade que valoriza o relacionamento entre agricultores e pecuaristas de…

4 anos ago

Vacas ganham app estilo Tinder para encontrar almas gêmeas no Reino Unido

Vacas ganham app estilo Tinder para encontrar almas gêmeas no Reino Unido A Hectare, startup…

4 anos ago

Jovem do interior de São Paulo se torna a rainha dos frangos no Brasil

A produtora rural Luciana Dalmagro, de 34 anos, em sua granja em Batatais, no interior…

4 anos ago

Fazenda Futuro traz ao mercado nova proteína com gosto de frango

A Fazenda Futuro, foodtech brasileira avaliada em 100 milhões de reais, traz ao mercado o…

4 anos ago

Ações são propostas para reduzir o desmatamento na Amazônia Legal por agronegócio e ONGs ambientais

Representantes do agronegócio, ONGs ambientais, setor financeiro, sociedade civil e academia relacionam medidas para reduzir…

4 anos ago