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Exportação mineira de couros e peleteria aumenta 17,7%

Vendas no primeiro semestre renderam US$ 23,5 milhões

BELO HORIZONTE (21/07/2010) – A receita das exportações mineiras de couro e peleteria, no primeiro semestre de 2010, alcançou US$ 23,5 milhões, valor 17,7% superior ao registrado em igual período de 2009. As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior/ Secretaria de Comércio Exterior (MDIC/Secex) e foram analisadas pela Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea) da Secretaria da Agricultura de Minas.

De acordo com Márcia Aparecida de Paiva Silva, assessora técnica da superintendência, as importações de couro e peleteria, no valor de US$ 679,5 mil, não chegaram a 3% das exportações do setor. “A partir da diferença entre as exportações e importações de couros e peleteria obtém-se o saldo do setor, que foi superavitário em US$ 22,9 milhões, valor 36,8% superior ao registrado nos primeiros seis meses de 2009”, ela explica.

A assessora técnica acrescenta que, “no grupo dos produtos que compõem o segmento, destacaram-se as exportações de couros e peles preparados, obtidos a partir de curtimento ou após secagem, de bovinos (incluindo búfalos), com participação de 43,5% nas exportações mineiras do setor”. A receita de exportação chegou a US$ 10,2 milhões, valor 20,0% superior ao registrado no primeiro semestre de 2009.  

Os couros e peles preparados de bovinos (incluindo búfalos) foram destinados a três países: México, Estados Unidos e Japão.  O México respondeu pela maior fatia das vendas externas, referente a 93,7%. Estados Unidos e Japão captaram 5,3% e 1,0%, respectivamente.

Minas ocupa a terceira posição entre os principais Estados exportadores desses produtos, com participação de 12,1% na receita das exportações feitas pelo Brasil nesse segmento. Lideram as vendas ao exterior o Rio Grande do Sul e o Ceará, com parcelas de 51,3% e 14,7% das exportações brasileiras, respectivamente.

Para Márcia Silva, a agregação de valor é um dos diferenciais das exportações de couros e peleteria. “O valor médio das exportações de couro, nos primeiros seis meses de 2010, foi de R$ 11,28 o quilo, que é 193,3% superior ao valor médio das exportações de carne bovina no mesmo período, U$ 3,85 o quilo”, diz a assessora. Ela ainda ressalta que, neste ano, o preço médio dos produtos do segmento está superior aos registrados em igual período de 2009. “A recuperação dos preços é consequência da intensificação da demanda externa, proveniente da recuperação dos efeitos nocivos da crise financeira mundial, que abalou o setor em 2009. O que se observa para 2010 é a falta de oferta e o aumento do poder de barganha dos vendedores, que culminaram com o aumento dos preços.”

 

Pecuária forte

Segundo o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), o rebanho mineiro, de 22,4 milhões de cabeças, representa 11,1% do rebanho nacional. Minas responde pelo segundo maior rebanho brasileiro, ficando atrás apenas de Mato Grosso, detentor da parcela de 12,9%. Entre os principais Estados, seguem Mato Grosso e Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pará, com parcelas de 11,0%, 10,1% e 8,0% do rebanho nacional, respectivamente.

A produção mineira de couro, nos primeiros três meses de 2010, foi de 259,6 mil unidades, ou seja, 3,1% da produção nacional, que alcança 8,4 milhões de unidades, segundo dados do Levantamento Trimestral da Produção de Couro do IBGE. Minas ocupou a nona colocação entre os principais Estados produtores de couro, que foram São Paulo Mato Grosso e Rio Grande do Sul, com parcelas de 19,0%, 14,1% e 12,2% da produção nacional.  

A assessora técnica observa que “uma forte evidência que permeia o mercado mineiro de couro é a redução da produção desse material em contraste com o aumento da produção brasileira, observada nos últimos dez anos. “Entre 1999 e 2009, a produção mineira caiu 57,6%, passando de 2,5 milhões de unidades para 1,0 milhão de unidades, e a produção brasileira, em contrapartida, cresceu 31,3%”, informa.

O aumento das exportações de couro em uma situação adversa de redução da produção mineira, de acordo com a avaliação de Márcia Silva, “evidencia esforços dos produtores e vendedores para a conquista do mercado internacional. A continuidade da busca pelo mercado externo deve ser acompanhada pelo investimento na atividade, que vem perdendo espaço na pecuária mineira. O couro é um interessante nicho de mercado e pode fazer com que os pecuaristas agreguem valor ao produto e aumentem a receita proveniente da atividade”, finaliza.

Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Assessoria de Comunicação Social
Jornalista responsável: Ivani Cunha
Contato: (35) 3215-6568

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