A safra mineira 2014/15 de soja e de milho total deverá apresentar incremento de 12,2% e 14%, respectivamente, segundo o 1º Levantamento de Safra feito pela Céleres, empresa de consultoria especializada em análise do agronegócio. Assim como observado no período produtivo 2013/14, a tendência é que os produtores do Estado invistam mais no plantio da soja na primeira temporada, frente ao milho. Já o cereal terá incremento de 74,8% na segunda safra do ano. No caso do algodão, devido aos baixos preços pagos pelo produto em 2014, a tendência é de queda de 13,8%.
A metodologia da Céleres para o cálculo primeira estimativa de produção levou em conta dados históricos do Estado e pode ser alterada ao longo dos próximos meses, conforme as mudanças de mercado e do comportamento do clima.
De acordo com a analista da Céleres Aline Barrozo Ferro, as expectativas positivas em relação à soja e ao milho têm como base dados no mercado futuro, que vêm demonstrando a estimativa de um dólar mais favorável para as commodities e de uma demanda aquecida, mesmo com a previsão de crescimento da safra norte-americana.
No caso da soja, que vem ganhando áreas antes destinadas ao milho, a boa rentabilidade nas últimas safras ante culturas concorrentes deve levar a uma produção maior, mesmo com a pressão de mercado devido à possibilidade de alta na safra norte-americana.
Segundo o relatório da Céleres, para a tomada de decisão do plantio, os sojicultores estão atentos ao câmbio, hoje em patamares baixos e proporcionando menor remuneração. Mas expectativa é de que o real se desvalorize em relação ao dólar até o final do ano.
Para Minas, a previsão é produzir na safra 2014/15 em torno de 4,32 milhões de toneladas, o que representaria avanço de 12,2% sobre o volume de 3,85 milhões de toneladas colhidas na safra 2013/14. A produtividade deve ficar em 3,13 toneladas por hectare, rendimento 6,1% superior às 2,95 toneladas verificadas na safra atual. A área será de 1,38 milhão de hectares, aumento de 5,7%, frente ao espaço de 1,31 milhão de hectares dedicados anteriormente.
“O produtor já tomou a decisão de plantio, que deve ser iniciado no final de setembro, e a tendência é que no primeiro momento invista mais na soja. Além dos preços mais competitivos, o uso de sementes precoces também favorecerá a implantação antecipada da segunda safra, quando deverá dominar o milho”.
Algodão
Já no caso do algodão, a tendência é de redução dos investimentos, uma vez que os preços pagos pelo produto estão em baixa. A previsão inicial é colher 29,5 mil toneladas de algodão em pluma, o que representa uma queda de 13,8%. A área plantada será de 19 mil hectares, espaço 13,6% inferior. Já a produtividade estimada é de 1,5 tonelada por hectare, volume praticamente igual ao gerado na safra 2013/14, com pequena variação negativa de 0,2%.
Por: Michele Valverde
Fonte: Diário do Comércio