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Estudo aponta que MT é o 10º estado em competitividade do agronegócio

Infraestrutura ineficiente influencia colocação do Estado.

Índice de produtividade por trabalhador alcançou índice máximo, de 1 ponto.

Mato Grosso ocupa o 10º lugar no ranking do Índice de Competitividade do Agronegócio (ICA 2014) entre os 27 estados da federação. O estudo foi divulgado pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), por meio do Instituto CNA, em dezembro.

O ICA tem como objetivo fazer uma análise da força de cada estado na área do agronegócio com base em seis pilares: infraestrutura, educação, saúde, ambiente macro, inovação e mercado de trabalho. Para aprofundar a análise, o estudo leva em consideração 21 variáveis econômicas e sociais que influenciam o desempenho da atividade em cada estado.

Na opinião do coordenador do Índice, Marcelo de Ávila, a posição do Estado está aquém da expectativa, considerando seu potencial de produção. “Mato Grosso ocupou o primeiro lugar na produtividade agrícola e o segundo em ambiente macroeconômico, mas perde competitividade à medida que a produção é escoada para fora do Estado”, comenta Ávila.

O estudo aponta que os levantamentos referentes à infraestrutura de transportes influenciam no nível de competitividade de Mato Grosso. Neste quesito, o Estado aparece em 24º lugar entre as 27 unidades da Federação, com 0,105, numa pontuação que vai de 0 a 1. “Nos desdobramentos deste indicador, o estado vai mal em qualidade das rodovias, ocupando o 23º lugar, com índice 0,290, e em densidade ferroviária, registrando índice zero”, analisa o coordenador.

Entre os fatores que elevam o status de Mato Grosso diante dos demais estados está a produtividade por trabalhador, que alcançou índice máximo, de 1 ponto. Neste quesito, São Paulo, considerado o estado mais competitivo do Brasil, registrou 0,523 pontos. No entanto, Marcelo de Ávila ressalta que a pontuação de cada ente federado não serve como parâmetro de comparação. “Não podemos dizer por exemplo que Mato Grosso é duas vezes mais produtivo que São Paulo, mas sim que o índice de competitividade neste quesito é maior”, disse.Os resultados expressados pelo ICA são sentidos pelos produtores do estado. Carlos Simon é produtor de soja e milho em Lucas do Rio Verde, região Norte de Mato Grosso, e comenta sobre as dificuldades no transporte das commodities. “Trata-se de uma realidade vivida por todos os produtores. Trabalho há 30 anos e os problemas são inúmeros, a começar pela qualidade das rodovias”.

Detentora da concessão da BR-163 entre a divisa do Mato Grosso do Sul, e o município de Sinop, no Norte do Estado, a Rota do Oeste trabalha para garantir a qualidade da rodovia e segurança aos usuários do trecho. “A empresa assumiu a concessão da BR-163 com a meta e o compromisso de colocar a rodovia em um patamar adequado de qualidade”, afirma o diretor geral da Rota do Oeste, Paulo Meira Lins.

De acordo com o diretor, a perspectiva é de propiciar a redução no preço do frete e do tempo de rodagem para melhorar o escoamento da produção.

Para Carlos Simon, os trabalhos de melhorias na BR-163 são um passo significativo para Mato Grosso, mas podem não ser suficientes para elevar as posições do estado no índice de competitividade. “São notórios os benefícios que a duplicação deste trecho trará para nós, produtores. Mas ainda assim é necessária a elaboração de políticas que consolidem a malha logística do estado, inclusive com a implantação de novos modais”, avalia.

O coordenador do ICA, Marcelo de Ávila, reforça essa posição. “Adotamos em nossas avaliações critérios que vão além da qualidade das rodovias. Com certeza a duplicação da BR-163 é uma importante obra para o Estado e trará resultados positivos para o escoamento da produção, mas Mato Grosso precisará caminhar um pouco mais para elevar seus índices nesse quesito e ocupar posições maiores nos próximos levantamentos”, conclui.

 

Fonte: G1 – MT

rsuser

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