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Estoques de café são insuficientes para consumo caso seca permaneça

Em entrevista, o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, destaca que, caso haja déficit na produção, o Brasil não terá estoques para atender a demanda, como em 2014.

– A quebra vai ser grande em relação ao consumo e à exportação. No ano passado, o Brasil exportou cerca de 36,0 milhões de sacas de café e consumiu mais 20,0 milhões, totalizando um consumo de 56 milhões de sacas. E a produção foi em torno de 45,0, 46,0 milhões, um déficit de 10,0 milhões foi utilizado dos estoques. Neste ano, se houver o mesmo déficit, não temos estoques suficientes para suprir essa demanda – afirma Paulino.

Existe uma apreensão muito grande entre os cafeicultores de que aconteça neste ano o que aconteceu no ano passado, já que mesmo regiões com irrigação não operam na totalidade devido à falta de chuva. O Conselho Nacional do Café (CNC) afirmou que a safra do Brasil em 2015 poderá ser menor do que o estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), uma vez que as projeções do governo foram feitas em dezembro, antes do período seco de janeiro.

O CNC, entretanto, não divulgou uma projeção própria e disse que contratou a Fundação Procafé para fazer estimativa atualizada da safra, com levantamento ao longo de janeiro.

Na última terça, dia 13/1, a primeira estimativa da CONAB para a nova safra de café projetou uma colheita de 44,11 milhões a 46,61 milhões sacas em 2015, não muito diferente das 45,34 milhões de sacas de 2014, um ano de alta produtividade no ciclo bianual dos cafezais, mas que foi duramente impactado por uma seca em seu início. A safra do ano passado teve uma queda de 7,7% na comparação com a temporada anterior, principalmente por conta da seca nos primeiros meses de 2014.

Segundo o CNC, a safra de 2015 “poderá se situar em patamares inferiores aos anunciados, haja vista que janeiro e fevereiro são meses fundamentais para o desenvolvimento dos grãos e, semelhante ao ocorrido em 2014, temos vivenciado temperaturas muito elevadas, escassez de chuvas e déficits hídricos no solo, condições que, certamente, trarão novo prejuízo para a produção”.

A própria Conab admitiu que será preciso observar o clima em janeiro e fevereiro, mas destacou que boas chuvas registradas em novembro e dezembro foram suficientes para manter os níveis de armazenamento hídrico no solo das regiões produtoras.

A meteorologia, porém, indica uma maior ocorrência de chuvas a partir desta semana. O agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, da Somar, afirmou que a partir do dia 22 de janeiro há previsão de que uma frente fria possa romper o bloqueio atmosférico que está sobre a região central do Brasil, levando chuvas mais generalizadas a todas as regiões produtoras do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. No Sudeste estão as principais áreas produtoras de café do Brasil.

Na sexta passada, dia 16, os contratos futuros do café arábica operavam em baixa de mais de 2,0%, pressionados por um dólar forte ante uma cesta de moedas e com operadores focando nas previsões climáticas de curto prazo do Brasil.

 

Fonte: Canal Rural. 

 

rsuser

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