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Estoques de arroz devem baixar ao menor nível em 18 anos

O governo federal deve iniciar a safra 2014/2015 (próximo 1º de Março) com os mais baixos níveis de estoques públicos de arroz dos últimos 18 anos. A avaliação é do analista de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica. Segundo ele, isso deixa o setor em alerta sobre a possibilidade de zerar a Tarifa Externa Comum (TEC).

Atualmente os estoques estatais de arroz estão em 184,2 mil toneladas, e podem baixar ainda mais se as 60 mil toneladas previstas forem negociadas no próximo leilão, marcado para esta quinta-feira (29.01). Caindo para 120 mil toneladas, as reservas equivaleriam a apenas 1% da demanda total do País, estimada em 12 milhões de toneladas (base casca) para o ano-safra 2014/2015. 

Na visão de Cogo, o ano de 2015 deverá ser marcado pelo fim dos estoques públicos de arroz e as políticas de movimentações que sustentavam os preços. “O próprio governo não vacilava em vender seus estoques, mesmo em situações em que o mercado não estava desabastecido, com argumentos pouco convincentes, visando, na verdade, segurar a inflação. Os produtores, muitas vezes, pediram ao governo que não vendesse estoques públicos – aqueles que foram formados a pedido dos próprios arrozeiros. Mas como formar estoques e nunca colocá-los à venda?”, questiona ele.

“E o que faz o governo quando não tem mais estoques e entende que precisa intervir no mercado? E se os estoques se esgotarem e os preços sofrerem uma pressão altista em determinada situação, o que resta ao governo para controlar os preços?”, ressalta Cogo.

Ele aponta a possibilidade de que seja zerada a Tarifa Externa Comum, hoje de 12% sobre o produto importado de terceiros mercados (fora do Mercosul), reduzindo o custo para o importador, visando impor uma barreira de contenção para os preços internos. A medida foi usada dezenas de vezes no mercado de trigo nestes últimos anos. 

“O problema é que a medida nem sempre é avaliada em conjunto com a cadeia produtiva. A decisão é tomada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), aonde a Agricultura tem apenas um voto – e geralmente é derrotada. Os volumes autorizados para importação sem TEC, frequentemente, ficam acima do necessário. Também ocorrem autorizações de cotas adicionais próximas da safra ou até mesmo em pleno período de colheita. Quando os estoques estatais de arroz da Conab se exaurirem, a cadeia produtiva do arroz vai se deparar com uma ameaça permanente que é o zeramento da TEC”, projeta.

 

Por: Leonardo Gottems

Fonte: Agrolink

 

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