Empresário alagoano produz cachaça artesanal aliada à tecnologia de ponta

Certificada nacionalmente, bebida típica foi transformada em artigo de luxo.

Engenho Caraçuípe produz 2 mil litros de cachaça nobre por safra. Ao aliar tradição e tecnologia para fabricação de cachaça, um empresário alagoano transformou a bebida alcoólica mais típica do Brasil em artigo de luxo. Fabricada em um alambique tradicional de cobre e envelhecida em barris de carvalho e jequitibá rosa, com todas as etapas da produção monitoradas com equipamentos de alta tecnologia, a cachaça do Engenho Caraçuípe, que fica localizado no município de Campo Alegre, ganhou selo de referência para conquistar o mercado nacional.O diferencial da bebida made in Alagoas, que vem fazendo sucesso em outros estados, está, segundo o empresário Renato Coutinho, no resultado final do produto, que atingiu uma excelência de padrão exclusivo por conta processo fabril adotado, com a mesclagem de técnicas artesanais e tecnológicas. Além disso, o processo de fabricação adotado descarta a necessidade de agentes químicos.”Fabricar cachaça é algo muito fácil. O processo é simples diante da produção de outras bebidas. Porém, o mais comum no Brasil é a fabricação da cachaça artesanal ou industrial. O diferencial da Caraçuípe, que interfere no sabor e, sobretudo, na qualidade, é a forma de produção, que permite que ela seja uma cachaça artesanal com padrões de qualidade industrial. Isso faz toda diferença porque eleva a bebida para um patamar de alta qualidade, equiparando a cachaça até mesmo, segundo os especialistas, a bons uísques”, diz Coutinho.

E para atingir esse patamar, que faz diferença no acirrado mercado de bebidas, estimulando o consumidor a pagar um pouco mais pela típica pinga brasileira, o segredo está no ‘coração’ da cana-de-açúcar, como explica o engenheiro de produção Carlos Mineiro.”Não é só a técnica de produção da bebida que faz da Caraçuípe uma excelente cachaça com premiação e reconhecimento nacional. O monitoramento de cada etapa e seleção criteriosa da matéria-prima também é responsável pelo sucesso. Se nos demais alambiques do país a bebida é feita com toda a cana-de-açúcar, aqui usamos apenas o ‘coração’, que é o miolo, a parte mais macia. Para isso, a cabeça e a calda, onde se concentram os metais pesados da planta, são descartadas”, explica Mineiro.

“Com uma fabricação de aproximadamente dois mil litros de cachaças por safra, o acompanhamento da cana-de-açúcar que vai se transformar em bebida já começa no plantio, passando pela colheita, que não faz uso de queimada, extração e fermentação do caldo sem adição de produtos químicos, até a estocagem nos barris, período que antecede ao engarrafamento”, completa Carlos Mineiro.

Durante a maturação, período em que a bebida fica armazenada até chegar à condição de ser consumida, a cachaça de selo Ouro, com tonalidade mais amarelada e sabor mais encorpado, é envelhecida em barril de carvalho. Já a maturação da cachaça Prata, a tradicional ‘branquinha’, que possui sabor mais leve, é feita durante 18 meses em barril de Jequitibá-rosa.

Por: Waldson Costa

Fonte: G1 AL