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Embrapa quer “tropicalizar” Canola

Pesquisadores da Embrapa testam 30 genótipos de Canola com o objetivo de produzir em regiões tropicais do Brasil de baixas latitudes, com temperaturas entre 6 e 13 graus. “O resultado seria como uma segunda safra no mesmo ano, otimizando o uso de terras, máquinas e outros meios usados na produção de milho e soja em milhões de hectares do cerrado, de estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais”, diz a entidade. 

Em Minas Gerais, a Universidade Federal de Uberlândia organizou o Grupo de Estudos e Pesquisas em Canola em março de 2014. A primeira ação foi realizar um diagnóstico para localizar as áreas de cultivo no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Foram identificados 22 produtores de canola, com área total de dois mil hectares, estimada a partir da comercialização de sementes.

Também estão sendo observados aspectos de manejo em ajustes fitotécnicos como época de semeadura e zoneamento agrícola, identificação e controle eficiente de insetos-praga e plantas daninhas, adubação, entre outros.

A canola é a terceira oleaginosa mais importante no mundo, somente atrás do dendê e da soja, mas o consumo do óleo no Brasil ainda é considerado baixo – o que limita o preço do produto.  Segundo o IBGE (2012), o consumo per capita de óleo de canola no País é de 0,064 kg/hab./ano, valor bastante inferior ao consumo estimado de óleo de soja de 6,34 kg/hab./ano. 

“Cada vez mais a soja tem sido utilizada para a produção de biocombustível, deixando espaço para a popularização do óleo de canola no consumo humano”, explica o analista da Embrapa Trigo, Paulo Ernani Ferreira. A canola ganha cada vez mais espaço no segmento alimentício, impulsionada tanto pela qualidade nutricional (ômega 3, vitamina E) quanto pelos benefícios comprovados à saúde, como redução do colesterol e o risco de doenças cardíacas.

A Embrapa afirma que “além da liquidez de mercado e a rentabilidade equivalente à soja, a expansão da canola está associada a melhorias no sistema produção, como redução na incidência de pragas e doenças nos cultivos subsequentes, menor gasto com defensivos e adubação do que os demais cultivos de grãos, resistência à seca e aos veranicos comuns na região, maior teor de óleo e produção no período de sazonalidade da soja”.

A tropicalização da canola pretendida pela Embrapa é uma iniciativa inédita no mundo com introdução da cultura em baixas latitudes, em clima tropical. “Estamos avaliando o cultivo da canola em área com altitudes acima de 600 metros, que podem ser quentes durante o dia, mas onde as plantas se favorecem com a queda da temperatura à noite”, explica o analista da Embrapa Trigo, Paulo Ernani Ferreira.

 

Por: Leonardo Gottems

Fonte: Agrolink

 

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