Após uma sessão volátil, o dólar terminou em alta na segunda-feira (8/12) acompanhando a tendência de valorização da moeda no exterior, após uma série de dados negativos na Ásia e na Europa, que prejudicam o apetite por risco.
Nem mesmo um leilão de linha realizado pelo Banco Central e o saldo positivo na balança comercial no começo de dezembro foram suficientes para deter o avanço da divisa norte-americana, que terminou no maior nível desde 15 de abril de 2005.
O dólar à vista no balcão terminou a sessão cotado a R$2,611, uma alta de 0,58%.
Ao longo do pregão, oscilou entre a mínima de R$2,589 (-0,27%) e a máxima de R$2,617 (+0,81%).
O giro, no entanto, foi bastante contido. Por volta das 16h30, o volume era de US$620,18 milhões, segundo dados da clearing de câmbio da BM&FBovespa.
No mercado futuro, o dólar para janeiro avançava 0,94%, a R$2,628. O giro estava em US$10,50 bilhões.
A divisa norte-americana também tinha alta ante outras moedas de países emergentes e exportadores de commodities, como o peso mexicano (+0,67%), o dólar neozelandês (+0,78%) e a lira turca (+0,53%).
Os indicadores internacionais reforçam um sentimento de aversão ao risco. O PIB do Japão no terceiro trimestre foi revisado para queda anual de 1,9%, ante leitura inicial de -1,6%.
Na Alemanha, a produção industrial cresceu 0,2% em outubro ante setembro, quando a expectativa era de alta de 0,3%.
E na China o saldo comercial saltou para US$54,47 bilhões no mês passado, resultado de uma queda de 6,7% nas importações, o que sugere fragilidade do gigante asiático.
O avanço do dólar ante o real ocorreu mesmo após o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Externo (MDIC) informar que a balança comercial brasileira teve superávit na primeira semana de dezembro, após quatro semanas seguidas de saldo negativo.
O ganhos nas transações internacionais foi de US$398,00 milhões, mas a balança ainda acumula déficit de US$3,825 bilhões neste ano. Já o BC revelou à tarde que a taxa de corte no leilão de linha de até US$1,00 bilhão foi de R$2,673. Os volumes só serão divulgados na próxima semana, nos dados semanais do fluxo cambial.
Por : Álvaro Campos.
Fonte: Estadão Conteúdo
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