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Desempenho do frango vivo em janeiro de 2017

Em 100% dos últimos cinco anos, o frango vivo (base: preço ao produtor no interior paulista) encerrou o primeiro mês do ano valendo menos que na abertura do exercício. Em janeiro de 2017 isso se repetiu. E nem se poderia esperar que fosse diferente. Por, pelo menos, duas razões. Primeiro, porque o País experimenta crise que, ao afetar toda a economia, deprime profundamente o consumo.

Segundo porque, na contramão desse cenário, o setor aumentou a produção (pintos de um dia de novembro), gerando oferta adicional que chegou ao mercado exatamente quando a demanda – por férias da população ou pelo atendimento das obrigações financeiras de todo início de ano – retrocede aos mais baixos níveis de qualquer novo exercício. Isto, independente da retração de consumo vinda de 2016.

Apesar, porém, desses aspectos negativos, o mês foi encerrado em condições melhores que em alguns anos anteriores. Pois enquanto o retrocesso de preços do primeiro para – o último dia de janeiro de 2017 situou-se em 15,25%, no ano anterior (2016) chegou a 16,67% e cinco anos atrás (2012) alcançou 23,68%.

Isso, entretanto, não invalida a constatação de que o início do ano foi péssimo. Pois o valor médio recebido pelo produtor no mês (menos de R$2,65/kg) correspondeu ao segundo pior resultado dos últimos 19 meses. Ou seja: supera, somente, os R$2,50/kg registrados em maio de 2016, além de estar nominalmente aquém do que foi registrado em julho de 2015 (R$2,65/kg, o terceiro pior preço em mais de ano e meio).

De toda forma, o balanço dos próximos meses não deve ser fechado de maneira tão negativa. Senão com a ênfase observada em anos anteriores, o consumo interno tende a apresentar expansão à medida que a população retorne à rotina. Uma expansão moderada (pois a crise persiste), mas ainda assim uma expansão.

Porém, o que mais levanta expectativas, no momento, é a perspectiva de aumento das exportações brasileiras de carne de frango em decorrência dos embargos (parciais ou totais) impostos a países europeus e asiáticos afetados pela Influenza Aviária.

Sem dúvida o País sairá beneficiado desse episódio. Mas – não custa lembrar – historicamente as exportações têm correspondido a não mais de um terço da produção brasileira. Ou seja: a maior parte do que é produzido continua tendo como consumidor o mercado interno, hoje também em recessão.

Com o retrocesso de preços das matérias-primas básicas, as condições atuais de produção são bem melhores que as de um ano atrás. Mas podem ser desperdiçadas se não houver atenção para as efetivas dimensões do mercado. Portanto, é indispensável caminhar com muita cautela.

Editor RuralSoft

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