O sorgo (Sorghum bicolor) é uma espécie bastante versátil, abrangendo diversos segmentos do mercado agrícola mundial. O sorgo apresenta 5 tipos diferentes, que podem ser utilizados para a produção de grãos (sorgo granífero), para a produção de massa para ensilagem (sorgo forrageiro), para a produção de biomassa lignocelulósica (sorgo lignocelulósico ou sorgo biomassa), para a produção de etanol (sorgo sacarino) e até para a produção de vassouras (sorgo vassoura).
Essa grande variabilidade entre os tipos de sorgo torna a cultura especial, por ser capaz de atender diversos mercados, interesses e necessidades em todo o planeta.
O sorgo sacarino é a planta que mais se adapta ao setor sucroalcooleiro, principalmente quando cultivado no verão, visando fornecer matéria-prima de qualidade para abastecer o mercado na entressafra da cana-de-açúcar, de forma a reduzir a instabilidade do mercado de etanol no Brasil.
É uma planta de ciclo curto (110 a 120 dias), propagada por sementes, totalmente mecanizável e possível de ser processada com a mesma tecnologia industrial desenvolvida para a cana. Além disso, o bagaço do sorgo sacarino apresenta poder calorífico equivalente ao bagaço de cana sendo bastante eficiente na cogeração de energia.
O interesse pela cultura está fundamentalmente relacionado ao setor sucroalcooleiro, abrangendo usinas de grande porte, presentes, principalmente, no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, como negócio preferencial, ou miniusinas, como no Rio Grande Sul, por meio da agricultura familiar.
Neste caso, o bagaço e os grãos de sorgo são coprodutos de qualidades utilizáveis para alimentação animal, agregando valor nas propriedades rurais.
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