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Criadores de búfalos têm bons rendimentos em Mato Grosso

Rusticidade e adaptação ao Cerrado facilitam manejo.

Preço da arroba dos bubalinos acompanharam alta dos bovinos.

A resistência dos búfalos tem deixado produtores da região sudeste de Mato Grosso satisfeitos com a criação, que suporta as altas temperaturas e a vegetação do Cerrado, demandando manejo simples. O Estado tem cerca de 30 mil cabeças de bubalinos, a grande maioria de corte, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB). O rebanho representa 1% do número de animais criados no país. Toda a produção é consumida no próprio Estado.

Criar bubalinos está sendo compensador, já que nos últimos anos o preço da arroba subiu, acompanhando o preço dos bovinos. Em 2013, Eurípedes Bassnuf Rodrigues recebia de R$ 100 a R$ 109 por arroba. Hoje está conseguindo vender a até R$ 120/@.

Ele conta que, em sua propriedade que fica em Juscimeira, onde há 12 anos cria búfalos, os animais nunca pegaram berne, carrapato, mosca do chifre, carbúnculo ou doenças, comuns em bovinos.A rusticidade dos búfalos dispensa cuidados especiais e, por ter mandíbula com até três vezes mais força que o bovino, consegue se alimentar de pastagens mais grosseiras, até degradadas. Foi o que motivou Rodrigues a colocar 56 cabeças de bubalinos em uma área de capim fraco e sem cuidados, com pasto humidícula, onde os bovinos da raça Nelore teriam mais dificuldades em ganhar peso. Mesmo após a seca prolongada neste ano, os animais não perderam tanto peso. Além disso, os animais são mansos, o que facilita a lida.

“No caso do bovino, quando é bem selecionado, dá um bezerro por ano. O búfalo dá mais de um bezerro por ano. Tenho certeza que dá 1,2 ou 1,3 por causa da precocidade de enxerto muito rápido. Eles desmamam por conta própria, na hora certa”, conta o produtor.

Próximo à fazenda de Eurípedes, estão as terras de Zenilda Borges de Rezende, que está começando a investir na criação de bubalinos. Mas a intenção da produtora é poder aproveitar o leite para levar ao laticínio ou fazer queijo. São cerca de 20 cabeças da raça Murrah, que tem boa capacidade digestiva e potencial para a produção de leite. Mas por enquanto a produtora somente está vendendo a carne. Em busca de bem-estar, os búfalos podem romper cercas, já que têm dificuldade para dissipar calor, por serem da cor preta e terem poucas glândulas sudoríparas. O único cuidado que ela tem é de deixar as porteiras bem fechadas. “Invadiram o bananal e não ficou nada, quebrou tudo, foi pior que vendaval”, conta.

Os criadores se orgulham em explicar que a carne é mais saudável. Na comparação com a bovina, tem menos colesterol (40%), mais proteína (11%) e mais minerais (10%). A falta de gordura que deixa a carne mais úmida, é compensada com a maciez. Como o gado engorda mais rapidamente, vai para o abate mais cedo. Na propriedade de Rodrigues, é feito cria e engorda e os animais vão para o frigorífico com uma média de dois anos e pesando 24 arrobas.

 

Fonte; G1 – MT

rsuser

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