Mão de obra também consta em lista de desafios ao setor produtivo.
Pesquisa divulgada nesta quinta (16) mapeou perfil da atividade. A dificuldade de acesso ao crédito impossibilita a modernização e o aumento da escala de produção de pescado em Mato Grosso, quesitos fundamentais para a permanência e ampliação do produtor na atividade. A conclusão consta no Diagnóstico da Piscicultura, divulgado nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em Cuiabá.
O estudo realizado entre janeiro e outubro deste ano visitou 28 municípios em diferentes regiões do estado e entrevistou 231 produtores. Estes são responsáveis por 20% da produção de pescado, com uma oferta contabilizada de 45 mil toneladas. A pesquisa, encomendada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), entrevistou ainda 3.031 consumidores e traçou um perfil sobre o consumo e a cadeia produtiva.
Conforme o diagnóstico, 56% dos entrevistados estão na atividade há menos de 5 anos. A maior parcela decidiu ingressar por gosto pessoal (30%), 23% em função da disponibilidade de água nas propriedades, 16% pela necessidade de diversificação e 12% em função do retorno do investimento.Nenhum apontou a disponibilidade de insumos para ração como fator responsável pelo ingresso. O levantamento mostrou, por exemplo, que a atividade é desenvolvida de forma secundária, ou seja, não como a principal.
“A piscicultura surgiu neste sentido. Mesmo assim, a atividade traz retorno e é interessante. Mas não pode ser de qualquer maneira, pois o produtor deve buscar a eficiência. Ela é importante e boa para o futuro, mas requer conhecimento e melhorias tecnológicas para o produtor obter lucro”, avalia Otávio Celidônio, gestor do Imea.
Peixes redondos (pacu, tambaqui, por exemplo) são os mais produzidos nas propriedades mato-grossenses (58%). Os bagres de couro, como o pintado, aparecem em segundo lugar, com 27% de participação.
A maior parcela das criações é feita em viveiros escavados (79%). Já o uso de barragens aparece em segundo lugar (21%). De acordo com a pesquisa, a área média em hectares de lâmina d”água no estado é de 3.66 hectares.
Dos peixes produzidos em Mato Grosso, 72% têm como destino o mercado consumidor do próprio estado, enquanto 10% vão para o Pará e outros 2% ao Tocantins e Mato Grosso do Sul. São Paulo, Goiás, Amazonas e Distrito Federal aparecem com 1% de participação cada. Outros 11% dos entrevistados não responderam.
Lucro
Dentre as regiões pesquisadas, apenas a norte mato-grossense não apresentou lucro pela piscicultura. Apresentou uma relação de custo total (R$/kg) e valor de venda negativa, ou com margem negativa. Nela o valor de venda (R$ 4) é inferior ao investimento necessário para produção (R$ 4,50).
“Em apenas um caso os produtores não estão tendo lucro. Isso se deve a fatores como escala de produção, conversão alimentar, tamanho do peixe. Demonstra que a atividade não pode ser incentivada de qualquer maneira e que apesar de exigir uma área pequena, é preciso um grau de tecnologia alto para que o produtor tenha alguma receita”, diz Celidônio, do Imea.
Por: Leandro J. Nascimento
Fonte: G1 – MT
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