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Cortadores irão receber indenizações por trabalho em fazenda de cana

Agricultor que comprou a cana deverá pagar R$ 27 mil em indenizações.

Cada trabalhador irá receber R$ 3 mil e três meses de seguro desemprego.

Em uma reunião, ficaram definidos os valores que os cortadores de cana que eram tratados como escravos em uma fazenda de Bauru, em São Paulo, terão direito a receber. O agricultor responsável pela área já iniciou os pagamentos.

Na audiência, os procuradores do trabalho determinaram que o agricultor José dos Reis, que foi quem comprou a cana, pague R$ 27 mil em indenizações. São R$ 3 mil para cada trabalhador. Ele não foi ao Ministério Público do Trabalho, mas mandou um advogado. Os cortadores também irão receber seguro desemprego pelos próximos três meses.

O trabalhador rural Osmar Leal estava na audiência e já recebeu o dinheiro. “Eu quero conseguir uma vida melhor. Arrumar um serviço registrado, deixar de sofrer essa vida de escravo”, diz.

O Ministério Público do trabalho encontrou nove cortadores de cana em situação semelhante à de escravo em uma fazenda em Bauru. Alguns estavam mais de 20 anos sem registro em carteira.

Responsável pela contratação dos trabalhadores, Emetério Divino de Lima, de 58 anos, chegou a ser preso, mas foi solto após uma decisão judicial permitir que ele responda ao processo em liberdade. Oito cortadores de cana não apareceram na audiência nem foram encontrados nos alojamentos. Os procuradores já pediram à polícia para que localize os trabalhadores. Enquanto isso, o agricultor terá de depositar as indenizações em uma conta judicial.

Se o acordo não for cumprido, José dos Reis poderá pagar multa de R$ 5 mil por dia. Os procuradores do trabalho também irão mover uma ação na Justiça para retirar todos os bens de Emetério Divino de Lima e garantir as indenizações aos cortadores de cana que trabalhavam há anos para ele.

“Ele não pagava praticamente nada para esses trabalhadores. Dava pinga e droga pra eles. Então, esses bens que ele possui, na realidade, foram adquiridos como fruto dessa exploração. Em face disso, cabe uma ação civil pública com uma indenização pesada para que isso ocorra e esse instrumento que ele usa para explorar esses trabalhadores seja retirado de circulação”, diz Marcus Vinícius Gonçalves, procurador do Ministério do Trabalho.

O advogado do agricultor José dos Reis não quis dar entrevista. Os trabalhadores têm um ano para sacar o dinheiro da indenização. Caso contrário, a verba será doada para instituições que combatem o trabalho escravo.

 

Fonte: Globo Rural

 

rsuser

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