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Consumo de carne brasileira deve seguir forte em 2014, dizem analistas

No que se refere à demanda externa, o gerente da área de pesquisa de mercado da Minerva Foods, Fabiano Tito Rosa, afirmou que a oferta de carne dos países concorrentes ainda será menor e o Brasil despontará como um dos principais fornecedores da proteína no mundo.

“Acreditamos que os Estados Unidos, por exemplo, deverão ter uma queda de produção de 6,0% em 2014 ante 2013. Soma-se a esse fator, o interesse de mercados pela proteína brasileira, com missões russas e chinesas vindo para o Brasil e habilitando unidades. Acredito que 2014 será um ano muito forte para o mercado externo”, disse o executivo.

Já pelo lado do mercado interno, o superintendente Comercial de Agronegócio do Banco Original, Marcelo Petto, lembra que a Copa do Mundo e as eleições ajudarão na sustentação da demanda forte pela carne bovina. “Há também a questão do aumento da classe média e o acesso desse pessoal à proteína e o consumo dela se torna cultural”, disse.

Questionados sobre como a demanda pode se manter aquecida ante a um desempenho fraco da economia e um endividamento alto, os especialistas apresentaram diversas justificativas. “Essa nova classe média experimentou a carne e não vão deixar de consumi-la mesmo com um cenário macroeconômico adverso. Pode ocorrer a migração para cortes mais baratos, mas não a desistência do consumo de carne bovina”, declarou Petto, do Banco Original.

O pecuarista e editor chefe da Carta Pecuária, Rogério Goulart, alertou ainda para o crescimento da população e o consequente impacto disso no consumo. Para o professor da ESALQ/USP e pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), Sérgio De Zen, a carne bovina tem uma alta elasticidade com relação ao comportamento do poder aquisitivo do consumidor. “O consumo aumenta quando há avanço na renda, mas demora a cair quando há uma redução da disponibilidade de orçamento. O alimento ainda segue como o ultimo da lista a ser cortado pelas famílias em uma época de crise”, falou.

Carnes concorrentes

A real ameaça ao consumo da proteína no país, segundo o responsável pela Área Comercial e Valor

Agregado da Agro Santa Bárbara, Fábio Dias, é a concorrência com as outras carnes (frango e suíno). “Com o arrefecimento das cotações do milho, a substituição da carne bovina pelas concorrentes pode ser realidade. Mas isso em dois anos. Então, a demanda por carne bovina ainda será forte em 2014”, declarou.

Os especialistas participaram do “Encontro Anual de Analistas”, promovido pela Scot Consultoria.

Fonte: O Estado de São Paulo. Por Suzana Inhesta. 2 de dezembro de 2013.

rsuser

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