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Confirmação de estomatite bovina em MT muda rotina de criadores

Exames descartaram ocorrência de febre aftosa em Castanheira. 

Primeiros animais apresentaram sintomas há pouco mais de um mês.

Enquanto aguardam os resultados dos exames de estomatite bovina, criadores de Castanheira que tiveram suas propriedades rurais interditadas vão se adaptando à nova rotina. O trânsito e a movimentação de animais do município, localizado no norte do estado e a quase 800 quilômetros de Cuiabá, foram restritos pelos órgãos de defesa sanitária. As suspeitas surgiram há um mês.

Por uma medida de segurança, os 72 animais da propriedade do pecuarista José Carlos Almeida não podem deixar a fazenda. “A gente vai se virando, mas não é fácil não. O ramo da gente é esse, comprar e vender. Ficar parado não tem como fazer”, contou o agricultor, em entrevista à TV Centro América.

Desde junho, quando dois animais de uma outra propriedade apresentaram os primeiros sinais da estomatite, tanto o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT), quanto o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no estado começaram a investigar o episódio sanitário. O muar e um bovino eram de uma carga proveniente de outro estado brasileiro e que chegou a Mato Grosso. Para o bovino os exames laboratoriais confirmaram a doença vesicular.

A investigação sanitária já atingiu 139 propriedades rurais do município, das quais 49 foram interditadas em função de animais com sintomatologia. Amostras de sangue e pele foram coletadas e encaminhadas para avaliação no laboratório agropecuário nacional.

Os animais suspeitos foram marcados com um brinco e estão isolados. “As propriedades [em Castanheira] têm predominância de médios e pequenos animais. A partir de agora, continuam interditadas tanto para produtos quanto para subprodutos animais. Estamos fazendo desinfecções para que tenhamos melhor controle e trabalhando com a mitigação de riscos”, disse ao G1 a presidente do Indea Mato Grosso, Maria Auxiliadora Diniz.

A doença

A estomatite vesicular é uma doença pecuária semelhante a três doenças animais: febre aftosa, doença vesicular dos suínos e exantema vesicular dos suínos. “O diagnóstico diferencial dessas doenças é importante, já que um diagnóstico errado poderia mascarar a disseminação de uma doença exótica. O diagnóstico precoce também é importante na contenção dos focos de EV”.

Os rebanhos afetados devem ser submetidos ao isolamento até o final do curso da doença.  Eles podem ser cavalos, jumentos, mulas e burros, bovinos, suínos, e humanos. Ovinos e caprinos são relativamente resistentes e raramente demonstram sinais clínicos, conforme o órgão.

A estomatite pode ser transmitida para outros animais por meio do contato com instrumentos (fômites) contaminados com saliva ou fluído vesicular. Humanos podem ser infectados por contato com fluído vesicular ou saliva de animais infectados, descreve ainda o informe técnico.

 

Por: Leandro J. Nascimento

Do G1 MT com informações da TV Centro América

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