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Coco-da-baía – previsão de calor anima produtor mineiro

Produção do Estado neste ano soma 45,6 milhões de frutos

BELO HORIZONTE (26/10/2011) – A previsão de mais um fim de ano com muito calor anima os produtores mineiros de coco-da-baía. Com a elevação da temperatura o agricultor tem oportunidade de aumentar a renda. Por isso a expectativa é de que se repita o bom desempenho obtido no verão passado, quando as vendas do fruto cultivado no Estado cresceram 106% em relação ao verão anterior apenas na CeasaMinas, da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Foram comercializados 1,8 milhão de unidades no entreposto.

“Este período é favorável também às empresas que compraram o coco no inverno para aproveitamento da água, que foi envazada e armazenada para entrar no mercado nos meses quentes, período de maior demanda”, explica João Ricardo Albanez, superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).

Além disso, no verão, os agricultores têm a possibilidade de fazer novas vendas de coco para as empresas processadoras que necessitarem atender ao crescimento da demanda de água. Neste caso os agricultores já entregarão o fruto com cotação mais alta, observa o superintendente.

Oferta insuficiente

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção mineira de coco-da-baía, em 2011, deve alcançar 45,6 milhões de frutos, volume 16,1% superior ao da safra passada. O fator que mais contribuiu para o bom desempenho do setor, de acordo com Albanez, foi a melhoria da produtividade nas lavouras como consequência principalmente do manejo da irrigação conjugado com a utilização de adubo.

A região Norte lidera o ranking da produção de coco em Minas Gerais. “Com 42% da safra estadual, teve também o maior índice de produtividade, 27,8 mil frutos por hectare”, assinala.  

Ainda tiveram bom desempenho, devido ao aumento da produtividade, as regiões do Rio Doce, Zona da Mata e Triângulo, com produção de 11,6 milhões, 5,7 milhões e 2,3  milhões de frutos, respectivamente.

A irrigação nos 180 hectares de coqueiros da Fazenda Coqueiro Verde, localizada em Várzea da Palma, na região Norte, tem contribuído para a obtenção de safras de alta qualidade o ano inteiro. Arlin Maria Ribeiro Neto, o proprietário, diz que ainda não tem os números exatos, mas a colheita deste ano deve superar a do ano passado, que foi da ordem de 3,8 milhões de cocos ou 146 frutos por planta.  

O principal destino dos frutos da Coqueiro Verde é São Paulo, vindo em seguida o Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A cotação, segundo Neto, varia atualmente de  R$ 0,55 a R$ 0,60 a unidade,  mas a média deverá ser mais alta nos meses de calor.  

“Depois, a partir do segundo trimestre, os preços voltarão a cair por causa do esfriamento da demanda no inverno. Neste caso, a alternativa para grande parte dos agricultores é fornecer o fruto às indústrias, que se interessam sobretudo pelo aproveitamento da água de coco, de olho no retorno do calor”, acrescenta Neto.

Ele diz que prefere vender para o varejo e informa que está programando um aumento de 100 hectares na área plantada na Coqueiro Verde, “a fim de atender a esse mercado em permanente expansão”.  

Integração e renda

“O cultivo de coco-da-baía nos moldes adotados por Neto possibilita boas safras, principalmente devido a um sistema de irrigação automatizado, que controla o volume de água para cada área do plantio”. A explicação é de Marilson Dalla Bernardina, extensionista da Emater-MG em Várzea da Palma. Segundo o técnico, o sistema de produção tem grande versatilidade, sendo que até o terceiro ano de desenvolvimento dos coqueiros havia o cultivo de moranga híbrida e feijão aproveitando água de irrigação no espaço entre os coqueiros. Atualmente o plantio consorciado não é utilizado porque, de acordo com Marilson, os coqueiros fazem muita sombra.  

Já o superintendente de Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio e da Silvicultura da Secretaria da Subsecretaria do Agronegócio, Bruno Barros Ribeiro de Oliveira, considera que as plantações de coqueiro em plena produção, embora não atendam mais a programas de integração com a agricultura, ainda podem gerar uma renda adicional caso sejam integradas à pecuária. “Principalmente com a introdução de ovinos, já que animais maiores poderiam comprometer o sistema de produção do coco”, finaliza.

Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Assessoria de Comunicação Social

rsuser

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