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Cientistas conseguem ‘ler’ cérebro de cavalos para identificar emoções – Olhar Digital

Cientistas conseguiram criar um dispositivo capaz de detectar sentimentos em cavalos. A pesquisa publicada na Applied Animal Behavior Science mostra que foi possível detectar ondas cerebrais nos animais, e que o mesmo dispositivo também pode ser usado em outras espécies.

Para tal, foi necessário um EEG (eletroencefalografia) desenvolvido especificamente para os cavalos. Conduzida pela etologista Martine Hausberger, pelo neurofísico Hugo Cousillas, e pela etologista Mathilde Stomp, todos da Universidade de Rennes, a descoberta “tem implicações importantes para a indústria de cavalos”.

No estudo, os cientistas investigaram a relação da ocorrência de comportamentos estereotípicos “em cavalos onde as estereotipias são bem descritas e as habilidades de aprendizagem mensuráveis”. Na prática, eles tentaram identificar diferenças ou similaridades no comportamento dos animais a partir de testes realizados em agosto e novembro de 2020.

“Pelo que sabemos, [essa] é a primeira vez que se encontra uma relação entre estereotipia e aprendizagem em uma espécie de animal”, diz a publicação. No total, 70 cavalos foram observados e submetidos a realizar uma tarefa instrumental: abrir um baú levantando (ou empurrando) a tampa com o nariz.

A pesquisa cita que o dispositivo dispensa raspar o pelo dos animais para fazer as leituras.

A pesquisa informa que 51 cavalos mostraram comportamentos estereotipados nos dois períodos de observação. Desses, 36 cavalos foram malsucedidos na atividade, enquanto dos 19 considerados não estereotípicos, apenas três falharam. O tempo para realizar a tarefa também foi maior (368 segundos) em comparação com cavalos não estereotipados (220 segundos).

Como o teste foi conduzido

De início, os pesquisadores tentaram utilizar bandanas EEG vestíveis comuns. No entanto, foram necessários seis anos para desenvolver um dispositivo adaptado para cavalos. Ele possui apenas quatro eletrodos, que captam ondas do cérebro, e pode transmitir as leituras a até 20 metros de distância.

Um grupo de 18 cavalos foi dividido em dois, com uma metade no estábulo e outra “vagando”. O grupo de cavalos que estava confinado mostrou 2,5 vezes mais ondas gama no lado direito do cérebro, o que em seres humanos podem indicar sinal de ansiedade, distração ou depressão.

A segunda metade que ficou livre nos pastos mostrou um perfil bem diferente. As ondas cerebrais foram detectadas em maior volume no lado esquerdo do cérebro, que em humanos pode ser um sinal de mente calma e atenta.

Por outro lado, a ecologista cognitiva da Universidade de Nürtingen-Geislingen, Konstanze Krueger, diz que as interpretações das ondas cerebrais dos humanos não se traduzem necessariamente em outras espécies.

Naimara Ferreira

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