Categories: Notícias

Carnes nobres custam até R$ 460 o quilo

Apesar do alto custo, produto tem um público cativo que não abre mão da padronização da qualidade

Curitiba – O mercado de luxo não se limita a roupas, sapatos, joias caríssimas e carros. Um segmento que vem ganhando espaço entre seletos consumidores é o de carnes nobres. Hoje há casas especializadas que oferecem chorizo Kobe por R$ 460 o quilo e têm um público específico, que reúne empresários, industriais, advogados e magistrados. Geralmente os clientes compram estas carnes para preparar refeições para poucas pessoas.

Mas este tipo de carne tem vários motivos para ter o custo elevado para o consumidor final. Uma das mais cobiçadas é a carne Kobe, que tem como origem a região de mesmo nome no Japão. Ela é obtida da raça wagyu, criada de forma artesanal. O boi recebe cuidados como massagem e consome cerveja, com o objetivo de abrir o apetite e ajudar na formação da carne.

Segundo o proprietário da casa de carnes nobres Bull Prime de Curitiba, Marcos Canan, a raça wagyu é criada em confinamento, para permitir que o animal faça o mínimo de esforço possível, o que impede a formação de tantas fibras musculares. Assim, a carne fica com maior quantidade de gordura entremeada, o chamado marmoreio, conferindo-lhe mais maciez. O nível de marmoreio varia de uma escala de dois a 12. Quanto mais próximo de 12 maior é a maciez.

Ele comercializa a carne Kobe resfriada, comprada de um produtor de São Paulo que trouxe sêmen e embrião do Japão. O nível de marmoreio desta carne é oito. Canan também importa o mesmo produto da Austrália e do Uruguai. No entanto, 70% das compras de Kobe da casa são feitas em São Paulo.

A casa também oferece jantar a R$ 290 por pessoa, com direito a sequência de carne Kobe que inclui carpaccio, chorizo com risoto, assado de tira com farofa e ancho com salada que somam 400 gramas de carne.

O tíquete médio da loja é de R$ 350. O proprietário explica que alguns clientes pedem para tirar a etiqueta de preço da carne para não terem “problemas” com a esposa em casa. Entre os cortes mais caros estão o chorizo Kobe premium (R$ 459 o quilo) e a picanha kobe beef (R$ 279).

A casa comercializa ainda a linha black das raças Angus e Hereford. Este tipo de boi é criado a campo por 12 meses, depois vai para o confinamento por 180 dias e, em seguida, vai para o abate. Entre as principais características estão maciez, sabor e padronização do corte. Oferece cortes como mignon, alcatra, fraldinha, picanha, chorizo, ancho e miolo da paleta. O mais caro é picanha (R$ 109 o quilo) e o mais barato o miolo da paleta (R$ 45 o quilo).

Canan conta que o avô é pecuarista de gado de corte em Cianorte. “Quando eu era criança, muitas vezes passava três meses nas minhas férias na propriedade do meu avô”, recorda. Aí começou a familiaridade com o meio. Ele também tem criação de cordeiro em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, com cerca de 500 animais.

O advogado Maurício Aguiar é um dos consumidores que aprecia carnes nobres. Na última semana gastou R$ 500 na compra de picanha black para fazer um churrasco para oito pessoas. “Prefiro as carnes nobres porque o produto tem sempre a mesma qualidade”, afirma.

 

Por: Andréa Bertoldi

Fonte: Folha Web

 

rsuser

Recent Posts

Cientistas conseguem ‘ler’ cérebro de cavalos para identificar emoções – Olhar Digital

Cientistas conseguiram criar um dispositivo capaz de detectar sentimentos em cavalos. A pesquisa publicada na…

4 anos ago

Startup mineira investe em fidelização no agronegócio

Seedz desenvolveu um software de fidelidade que valoriza o relacionamento entre agricultores e pecuaristas de…

4 anos ago

Vacas ganham app estilo Tinder para encontrar almas gêmeas no Reino Unido

Vacas ganham app estilo Tinder para encontrar almas gêmeas no Reino Unido A Hectare, startup…

4 anos ago

Jovem do interior de São Paulo se torna a rainha dos frangos no Brasil

A produtora rural Luciana Dalmagro, de 34 anos, em sua granja em Batatais, no interior…

4 anos ago

Fazenda Futuro traz ao mercado nova proteína com gosto de frango

A Fazenda Futuro, foodtech brasileira avaliada em 100 milhões de reais, traz ao mercado o…

4 anos ago

Ações são propostas para reduzir o desmatamento na Amazônia Legal por agronegócio e ONGs ambientais

Representantes do agronegócio, ONGs ambientais, setor financeiro, sociedade civil e academia relacionam medidas para reduzir…

4 anos ago