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Carne de ponta para o mundo

Mesmo atrás da soja, os cortes bovinos também têm conquistado os estrangeiros. Alta nas vendas foi de 12%

Os embarques de carne bovina brasileira para o exterior cresceram 12% em valor no primeiro semestre do ano. Apesar da crise que ainda retrai alguns compradores do produto nacional, como o mercado europeu, o preço sofreu valorização de 0,5%. De janeiro a junho, as exportações somaram US$ 3,3 bilhões e a conta positiva, resultado da demanda firme, é sentida pelo produtor. No mercado interno, a expectativa é que a arroba do boi gordo, comercializada em regiões como o Triângulo Mineiro, por R$ 115, alcance entre outubro e novembro R$ 130.

Os bons ventos que sopram a favor dos produtores da proteína têm a ver com a lei da oferta e demanda. “Está faltando carne no mundo, que só conta com três fornecedores: o Brasil, maior exportador mundial, os Estados Unidos e a Austrália”, observa José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Para dificultar ainda mais esse cenário, Rivaldo Borges Júnior, produtor de gado de corte em Uberaba, no Triângulo Mineiro e vice-presidente da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg), avalia que a Austrália enfrenta problemas climáticos e os Estados Unidos, apesar de fortes produtores, têm demanda interna crescente e caminham para se tornar importadores do alimento.

O produtor de genética bovina Dagmar José dos Santos, que também é presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Triângulo Mineiro (ACNTM), acompanha o avanço da demanda por animais com genética melhorada. Ele aponta que o plantel brasileiro cresce 1,7% ao ano, enquanto a criação de bovinos por americanos, por exemplo, diminui. “O produtor tem acreditado no crescimento da demanda internacional e melhorado sistematicamente a produção”, avalia.

Herança de família, Dagmar dos Santos trabalha há mais de 30 anos com a pecuária de corte, mas há 24 anos se dedica ao melhoramento genético da raça zebuína. Ele lembra que há 10 anos o abate era atingido com quatro anos, hoje o prazo foi reduzido para 18 meses. Segundo Dagmar, o produtor rural brasileiro, que já oferece um alimento saudável pelo modo de produção extensivo, avança no sentido de fornecer ao mundo carne cada vez mais macia.

 

Autor: Marinella Castro

Fonte: Jornal Estado de Minas

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