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Carnaval ataca agronegócio, mas vai beber cevada

Ainda repercute a polêmica decisão da Escola de Samba “Imperatriz Leopoldinense”, que neste ano decidiu atacar o agronegócio com um samba enredo chamando o produtor rural de “monstro” que “rouba as terras” dos indígenas, “devora as matas e seca os rios” por “cobiça”. Nesse sentido, o engenheiro agrônomo Dirceu Gassen aproveitou as críticas para lembrar que a cerveja – talvez o item mais apreciado e consumido em escala industrial por foliões e carnavalescos – depende diretamente do agronegócio.
“O carnaval tem origem na alimentação farta, na bebida, na diversão, na alegria e nos prazeres que precedem a fase de jejum. Para os que apreciam a cerveja no carnaval, lembrem que a bebida tem origem na cevada, produzida por um agricultor, que cultivou a semente, manejou a planta, protegeu contra BCMS/BCP pragas e doenças e garantiu a sanidade e a qualidade do produto final”, lembra Gassen.
O especalista, que é membro do CCAS (Conselho Científico Agro Sustentável) explica que um hectare de cevada, conduzido pelo agricultor, produz três toneladas de grãos. Na indústria, esses grãos produzem 2.100 kg de malte, que geram 18.600 litros de cerveja – o que equivale a mais de 50 mil latas de 350 ml de cerveja.
“O agricultor receberá R$ 1.800 pelos grãos de cevada produzidos por hectare. Ele teve desembolso aproximado de 1.500 reais para produzir, sem considerar os riscos de clima, mercado, preços. Gerou R$ 300 de lucro. O consumidor pagará R$ 5 por lata de 350 ml de cerveja, o que equivale a [vendas] de R$ 250.000 gerado com base em [apenas] R$ 1.800 de grãos de cevada. O agricultor, que produz a cevada, participará com [somente] 0,72% do valor dessa cerveja consumida no carnaval”, aponta Gassen.
Ele afirma que não há “almoço de graça”, e que “todos os segmentos da economia necessitam gerar renda, ocupação digna de mão-de-obra e de autoestima. Devemos, no mínimo, exigir respeito de segmentos da sociedade que consomem alimentos todos os dias, que se beneficiam da geração de riqueza impulsionada pelo agricultor. A agricultura no Brasil é a principal propulsora da economia, da geração de renda, de empregos GiroAll e de paz”, lembrando que a “alimentação e o conforto pessoal são a base da pirâmide que sustenta a autorrealização”.

 

Editor RuralSoft

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