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Cafés: Associados, pequenos produtores crescem juntos

Para produzir cafés com qualidade e agregar valor ao produto, a Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Acenpp), com apoio do Sebrae, colocou em prática o Projeto Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná. Trata-se de um planejamento estratégico que evolve uma marca, um selo de qualidade, a indicação geográfica e tem por objetivo a produção de cafés especiais com foco no desenvolvimento sustentável. “Todo o processo associativo foi estabelecido aos poucos. A divulgação da região começou a ser trabalhada, é uma construção que vem sendo feita tijolo a tijolo desde 2006”, destaca Odemir Capello, gerente do Sebrae e coordenador do Projeto Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná.

Hoje os cerca de 300 produtores que fazem parte da Acenpp se dividem em 11 núcleos que recebem consultoria do Sebrae. O trabalho permite a exportação de café especial para vários países e a visibilidade do produto foi conquistada graças ao processo de indicação geográfica. Conforme Capello, o Norte Pioneiro é responsável por 70% a 80% da produção cafeeira do Paraná, na região existem cerca de sete mil propriedades de café, a maioria formada por pequenos produtores – alguns com lotes de apenas uma saca do grão – que se unem para comercializar o café. “Não fosse o associativismo, a comercialização desses pequenos cafeicultores com outros países provavelmente não existiria. Eles unem os lotes para fechar o container e enviar a mercadoria”, afirma.

A associação ainda beneficia os pequenos produtores na busca pela qualidade do grão já que juntos eles conseguem comprar maquinários de beneficiamento que auxiliam na colheita e na secagem. Há ainda máquinas que selecionam os grãos por tamanho, mantendo o padrão para exportação. A organização resulta na geração de renda para as famílias do campo.

Paulo José Frasquetti é presidente da Cooperativa de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Cocenpp) – responsável por comercializar a produção dos associados da Acenpp – e junto com outros 19 agricultores integra a Associação dos Produtores de Cafés Especiais de Lavrinha (Aprocafel). Ele foi prejudicado pela geada do ano passado e precisou arrancar todos os cafeeiros e plantar novas mudas. “Eu só me mantive na atividade por conta da Acenpp e do projeto do Sebrae que dá visibilidade e agrega valor ao nosso produto. Se eu tivesse que começar tudo de novo para produzir e vender o café como era antes do projeto eu já teria mudado para a cidade e encontrado outra ocupação”, afirma. Ela acredita que o tempo vai aperfeiçoar a técnica e deixar os produtores mais fortes. “Daqui cinco ou dez anos estaremos muito fortes, vamos continuar nos organizando e nos ajudando”, comenta.

FAIR TRADE

Algumas das associações de produtores da Acenpp possuem o selo Fair Trade, que indica o comércio justo e o estabelecimento de padrões sociais e ambientais equilibrados na cadeia de produção. O selo leva em conta um produto economicamente viável, ecologicamente correto e socialmente justo. As propriedades são auditadas pela equipe da Fair Trade e pera equipe da Acenpp pelo menos uma vez ao ano. Para o consumidor o selo indica que o produto veio de uma propriedade que respeita o meio ambiente, os funcionários e busca um comércio justo. Para o produtor a certificação agrega de 30% a 40% no valor final do produto. “Para receber o selo, o produtor deve seguir uma série de regras como não contratar mão de obra infantil, registrar todos os funcionários, não utilizar agrotóxicos indiscriminadamente, dar o fim adequado às embalagens de agrotóxicos e outros fatores”, detalha o gerente. (M.A.)

 

Por: Michelle Aligleri

Fonte: Folha Web

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