Agricultura

Brusone na cultura do trigo

O nome “brusone”, de origem italiana, significa queimar. O termo foi utilizado, primeiramente, para se tratar de uma doença na rizicultura. No trigo, o primeiro relato foi feito nos anos 80. Nesta cultura, os sintomas se manifestam nas espigas, tornando-se conhecida como branqueamento das espigas, que vai clareando as espiguetas isoladas. Na triticultura, a doença ocorre somente no continente Sul Americano – Brasil, Paraguai e Bolívia. Em território nacional, causa danos expressivos à lavoura, principalmente no norte do Paraná, sul de São Paulo, Mato Grosso do Sul e no sudeste.

Além da triticultura a doença ataca a cevada, o milheto, milho, triticale, centeio, azevém e gramíneas nativas. Em 2014, a Embrapa Trigo identificou a doença em lavouras de aveia e azevém no Rio Grande do Sul, no início da safra de inverno, que contribuiu para a formação do inóculo. Desde o primeiro relato da ocorrência no País, a brusone vem se constituindo um dos principais entraves às culturas.

Causada pelo fungo Magnaporthe oryzae, também denominado de Pyricularia oryzae, a enfermidade ataca toda a parte aérea do trigo. O principal dano ocorre pelo impedimento do transporte de água e nutrientes até os grãos em formação, localizados acima do ponto de infecção inicial na ráquis.

De acordo com o agrônomo de desenvolvimento de mercado da Bayer CropScience, Eduardo Goulart, a brusone ataca o trigo em condição climática favorável em épocas chuvosas, com alta umidade e temperaturas elevadas em torno dos 25 e 27 graus. “Plantar trigo sobre trigo, tendo problemas com a doença na safra anterior também favorece o desenvolvimento da mesma”, afirma.

Uma das características é a variação de intensidade entre lavouras, devido uma diferença de época de semeadura ou condições climáticas muito específicas. Os esporos do fungo são facilmente transportados pelo vento. Em clima favorável, pode atacar qualquer parte da planta, desde o início do desenvolvimento da cultura. Quando atinge a ráquis e as espigas, o fungo causa danos mais severos. E ao atacá-los, impede o enchimento do grão acima do local de penetração da doença.

 

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