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BRF anuncia fim de gaiolas de gestação para suínos

A BRF, gigante do setor de alimentos e detentora das marcas Sadia, Perdigão e Qualy, anunciou ontem (24/11) que abolirá no prazo de 12 anos o uso de gaiolas de gestação de suínos na companhia e nos seus fornecedores. A medida que visa o bem-estar animal surgiu do diálogo com a entidade internacional World Animal Protection. A decisão deve englobar cerca de 300 mil animais.

As fêmeas permanecerão nas celas durante o período mínimo em alojamento individual, após o que serão soltas em baias coletivas. A World Animal Protection irá oferecer apoio técnico e monitor as mudanças.

Para que não haja prejuízos econômicos para parceiros e para a própria BRF, a empresa afirma que a transição será gradual. De acordo com Ralf Piter, diretor global pesquisa, desenvolvimento e qualidade do grupo, algumas empresas fornecedoras já estão adotando gestação coletiva para testes. “Nos últimos dois anos vínhamos fazendo novos empreendimentos já nesse novo modelo, servindo de piloto pra identificar vantagens do novo sistema para que seja dividida com nossos integrados”. Os resultados até agora são positivos, mas ainda serão mensurados nos próximos anos.

Eliminar as gaiolas de gestação é apenas o primeiro passo. “Vamos identificar outras abordagens, com outras espécies de nossa cadeia de produção. A BRF já segue os processos de bem-estar animal previstos na legislação brasileira. O que temos visto é que isso não é mais o suficiente para que haja um processo realmente sustentável, que garanta diferenciação quanto ao futuro”. O grupo seguirá o padrão da legislação da União Europeia, que é bastante rígido.

Para José Rodolfo Ciocca, gerente bem-estar animal da World Animal Protection, a cadeia de produção tem muito a ganhar. “A gente vem trabalhando no incentivo às empresas e ficamos muito felizes em saber desse anúncio, fazer parte dessa história, conversa, da transição”, conta. A partir de agora vão ser trabalhados os pontos acordados para melhorias. Nesta sexta-feira (28/11) do grupo com a BRF.

Sobre os prazos, Ciocca afirma que cada empresa sabe quanto tempo pode finalizar as mudanças. “A avaliação é profunda. Tem que ser responsável em outros aspectos. Tem que focar não só no bem-estar animal, mas também no humano. Não adianta exigir do dia para a noite se vai gerar problemas para os produtores”.

Custos

Os custos da mudança operacional também preocupam, mas para Piter o retorno será financeiro. “Isso vai ser uma oportunidade de desenvolvimento. Investimentos que virão em dinheiro e vão ajudar a recuperar investimentos e também fazer com que gere mais riqueza, para a companhia e parceiros (criadores)”.

 

Fonte: Globo Rural

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