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Boi gordo – rumos do mercado

O mercado do boi gordo trabalha sob forte pressão de baixa, em função do fraco desempenho do mercado atacadista – que despencou na semana passada – e às novas restrições por parte da União Européia (UE).

A oferta de animais terminados melhorou um pouco. Mas de forma geral, os frigoríficos ainda são obrigados a trabalhar com ociosidade elevada (acima de 30% ou 40%) e escalas curtas. Portanto, a pressão tem mesmo origem no “descompasso” entre os preços do boi e da carne, e não no aumento de oferta.

De acordo com as indústrias, o mercado interno remunera, hoje, uma carcaça (carne) de R$62,00/@. Para a União Européia, consegue-se R$74,00/@. Isso justifica a valorização do “boi ERAS”.

Porém, para atender à UE, é preciso destacar que, dentro de mais alguns dias, não bastará apenas que os animais estejam inseridos no sistema ERAS (Estabelecimento Rural Aprovado pelo Sisbov), em áreas habilitadas (o que exclui vários Estados, como SP e MS).

Eles precisarão pertencer também a fazendas auditadas e aprovadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). E a primeira lista de fazendas está para ser divulgada.

Portanto, em algumas praças, o mercado pode partir para uma segmentação de preços que obedeça, mais ou menos, o que se expõe a seguir: 1 – animais rastreados aptos a atender a UE; 2 – animais rastreados que não atendem a UE e 3 – animais não rastreados.

Detalhe: hoje, com exceção da UE, a maior parte dos mercados externos pratica valores bem próximos aos do mercado doméstico. Portanto, se não for para atender a Europa, os frigoríficos provavelmente deixarão de oferecer ágios na compra de animais rastreados, mesmo que estejam no sistema ERAS.

Será preciso acompanhar bem de perto o desenrolar dessa história. (FTR)

rsuser

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