O bicudo-do-algodoeiro é considerado a principal praga da cultura do algodão nas Américas, principalmente no Brasil. Devido ao seu elevado potencial biológico, seu ataque é vinculado às condições climáticas, sendo seu desenvolvimento desfavorecido em temperaturas baixas.
A praga foi vista pela primeira vez no México. Há relatos de que o ocorrido foi a mais de mil anos. Foram necessários 140 anos após a identificação até a detecção do bicudo no Brasil. O seu surgimento e seu rápido e definitivo estabelecimento como praga principal da cultura do algodoeiro constituíram em um dos fatores chaves para a decadência da atividade no país, em 1980.
Já em 1983, o bicudo foi identificado em Campinas (SP) e três meses depois, apareceu em lavouras da Paraíba. A origem desse inseto é incerta, mas há uma hipótese de que sua introdução no país tenha sido feita por avião, pois os primeiros focos foram detectados próximos ao Aeroporto Viracopos de Campinas.
Grandes esforços têm sido empreendidos pelo setor produtivo do algodão no sentido de reduzir o impacto ocasionado pelo bicudo nas lavouras brasileiras. De acordo com o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Algodão, José Ednilson Miranda, congregando gastos de controle e injúrias impostas, perdas da ordem de US$ 1.080 por hectare foram atribuídos às pragas da cultura do algodoeiro no Brasil na safra 2012/2013. Destes, cerca de 25% a 30% foram decorrentes do ataque do bicudo em cada hectare de algodoais tupiniquins. Os custos do controle do bicudo se situaram naquele momento pouco acima de US$ 200 por hectare. “Em média, 17 pulverizações específicas são necessárias para controlar o inseto em cada safra de algodão”, explica.
Praticamente eliminada no Nordeste e no Sul do Brasil na década de 1980, a cotonicultura viria a renascer no final da década seguinte no Centro-Oeste brasileiro, mais pujante, adotando um novo modelo de produção, vencendo novos desafios e convivendo com problemas já conhecidos, inclusive com o bicudo.
Segundo o consultor de Desenvolvimento de Mercado da Arysta, o engenheiro agrônomo Ayrton Trentini, o período crítico de ataque ao algodoeiro ocorre dos 30 a 40 dias aos 120 a 130 dias após a emergência. Habita essencialmente o algodoeiro, porém, existem algumas plantas hospedeiras pertencentes à família das Malvaceae, as quais também podem atacar.
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