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Avicultores contra a crise

Representantes da Avimig e do Sinpamig buscam alternativas para minimizar os custos e enfrentar a alta dos preços do milho e da soja, que encareceram as rações no último ano

As dificuldades provocadas pela alta nos preços do milho e da soja, encarecendo as rações usadas nas granjas estão fazendo a Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig) e o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas de Minas Gerais (Sinpamig) se movimentarem. As duas instituições vão insistir na busca de soluções para o setor, principalmente com o governo do estado, diante das dificuldades provocadas pela alta nos preços dos principais grãos usados na alimentação das aves. A decisão foi anunciada pelo presidente da Avimig, Antônio Carlos Vasconcelos Costa, após receber da Secretaria da Fazendaa informação de que não há condições de atender as reivindicações neste ano.

Segundo Costa, “é de fundamental importância a concessão de benefícios fiscais capazes de desonerar a cadeia produtiva avícola, com o objetivo de dar maior fôlego e garantir a sobrevivência da atividade”. O assunto foi abordado por representantes da Avimig, do Sinpamig e empresários durante encontro na semana passada com o secretário adjunto de Estado da Fazenda, Pedro Meneguetti, e o subsecretário da Receita Estadual, Gilberto Silva Ramos.

Antônio Carlos Costa explica que entre as solicitações feitas pelos representantes da avicultura mineira está a revisão da restrição de crédito acumulado de ICMS nas aquisições realizadas fora do estado, tomando como base os decretos nº 46.031, de 20 de agosto de 2012, e nº 46.044, de 14 de setembro de 2012, ambos ligados à Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais.

De acordo com o presidente da Avimig, o secretário adjunto da Fazenda disse que, por dificuldades orçamentárias, o governo não poderá conceder o benefício às empresas avícolas mineiras neste ano. Meneguetti acrescentou que o assunto voltará a ser estudado em 2013.

EXEMPLO

A Avimig e o Sinpamig intensificaram contatos com o governo estadual a partir de julho, a fim de buscar auxilio para as empresas afetadas pela elevação dos preços do milho e do farelo de soja, devido à quebra da safra americana.

Segundo Antônio Carlos Costa, as entidades baseiam-se no exemplo de São Paulo para continuar em busca do apoio do governo de Minas. “O Decreto 58.188, assinado em julho pelo governador Geraldo Alckmin, beneficiou centenas de abatedouros e produtores de aves paulistas”, lembra o dirigente. “Pela medida, o setor teve direito a crédito de 5% de ICMS sobre o valor das vendas de carne de aves e produtos derivados, com desembolso imediato para aquisição de qualquer insumo, o que deu alívio de caixa e maior competitividade às empresas afetadas pela crise naquele estado.”

Para o presidente da Avimig, a situação é preocupante porque os avicultores mineiros vão perdendo competitividade. “Existe o risco de as empresas não suportarem a crise devido aos custos recordes, preços de venda tímidos e demanda limitada. Esse é o verdadeiro cenário da crise da avicultura”, enfatiza.

Valéria Maria da Silva Souza, presidente do Sinpamig, considera que, “diante de um cenário econômico de dificuldades, a manutenção dos empregos é uma preocupação latente”. O que está em jogo, ela acrescenta, é a sobrevivência e desenvolvimento do setor, hoje responsável por cerca de 50 mil empregos em Minas.

 

Clima bom para a safra de milho

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) manteve as projeções otimistas para a produção de milho na safra 2012/13, de 72,5 milhões de toneladas. As recentes oscilações do clima nas regiões produtoras não são motivo de preocupação. Mesmo que possa haver alguma retração na produção, o mercado não terá problema de abastecimento, pois inicia-se 2013 com um estoque do produto de 10,5 milhões de toneladas, considerado o maior da história, e a perspectiva de estoque final de 17,6 milhões de toneladas, mesmo com um consumo projetado de 50,5 milhões de toneladas e exportações de 15 milhões de toneladas.

Para o secretário substituto de Política Agrícola do ministério, Edilson Guimarães, diante desse cenário positivo é muito cedo para qualquer prognóstico de retração referente à produção do cereal e ao abastecimento do mercado. Como o plantio está no começo, as estimativas estão mantidas, segundo o Guimarães. “Estamos tranquilos quanto ao abastecimento de milho”, salientou. Apesar de o preço do grão ser ditado pelo mercado externo, pelo fato de ser uma commodity, a boa oferta no mercado interno evita pressões ainda maiores no valor do milho.

Fonte: Estado de Minas
Publicação: 05/11/2012

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