Globo Rural homenageia o Ano Internacional da Agricultura Familiar.
Conheça produtores de feijão de SE que têm obtido sucesso. Nos povoados do município de Poço Verde, centro-sul de Sergipe, galpões identificam quando uma casa é de agricultor. Vizinhos às residências, eles servem de depósito para sementes e implementos e de garagem para as máquinas. Antônio da Silveira tem um galpão e quer construir outro em breve.
O agricultor hoje tem dois tratores e planeja comprar uma colheitadeira de milho. Ele recebe a visita de um técnico agrícola da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe, que ajuda a conseguir liberação de financiamento, dos programas federais, junto aos bancos.
Em 10 anos, Antônio comprou duas máquinas que melhoraram a produtividade. Vieram o retorno financeiro e mais conforto para a família do agricultor.
Dias mais tranquilos também são observados na casa de João Neto Fontes, que também investiu em maquinário para incrementar a produção. Mas o maior investimento do agricultor foi na filha mais velha: Deiseane Santos é a primeira da família a fazer uma faculdade.
João e a esposa só estudaram até a quarta série do ensino fundamental e estão orgulhosos com as conquistas. O agricultor sabe a quem agradecer. “Graças a roça, sem a roça eu mesmo não podia estar com ela na faculdade, não! Eu agradeço muito a roça”, diz.
Em 10 anos, João mais do que dobrou a produção. Antes, sem máquinas na propriedade, ele produzia de seis a oito sacos de feijão por hectare, enquanto hoje são 20 sacos graças a mecanização.
Em 10 hectares, o produtor espera colher 12 mil toneladas do produto e não é só isso. Ele quer se tornar gigante e tem estratégia, aluga o maquinário para quem ainda depende do trabalho manual. João cobra R$ 5 por saco debulhado na propriedade do cliente e com o lucro dos últimos anos, conseguiu arrendar mais 20 hectares de terra e investiu na cultura do milho. Com produção maior, o produtor está satisfeito com tudo o que conquistou e pretende ir além.
Em tempo de safra do feijão carioca no município de Poço Verde, o ritmo das máquinas é intenso. Dos 3 mil agricultores familiares do município, cerca de 500 compraram máquinas e implementos com recursos financiados por meio dos programas do Governo Federal, nos últimos 10 anos. A mecanização ajudou o homem do campo.
Com a mecanização e o uso de melhores sementes, João Souza da Silva avançou em produtividade. A maior parte do que lucra, investe na roça e no capril, construído há menos de um ano com o segundo financiamento que fez. Com o que juntou ao longo dos anos comprou uma casa, mobiliou e trouxe conforto para família. Para a esposa, Ana Paula, a maior alegria veio com uma geladeira, mas a preferência do marido é outra, principalmente depois de um dia inteiro de trabalho. “Eu sento no sofá para descansar um pouco e vou ver TV”, conta, animado.
Fonte: Globo Rural
