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Aprosoja/MT e Imea discutem formas de amenizar o cenário

O mercado de opções e a busca permanente por corte de custos são as alternativas para o produtor de soja e milho nesta safra recém- iniciada no Estado e que antes mesmo de começar já sinalizava um período difícil, de rentabilidade achatada. A orientação foi dada pelo gestor técnico do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Ângelo Ozelame, durante o seminário de Rentabilidade na Agricultura realizado ontem pela Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT).

O cenário não é favorável ao produtor: o momento é de queda nas cotações de soja e milho. “Há três anos, temos uma queda na demanda em relação ao aumento da oferta. Com o aumento dos estoques, os preços despencam na bolsa de valores”, explica Ozelame.

Dados do United States Departament of Agriculture (Usda) confirmam a produção recorde de soja atual. O maior volume produzido pelos Estados Unidos foi registrado no ciclo 2010/11: 90,6 milhões de toneladas do grão. A produção caiu nos dois anos seguintes e chegou a 89,5 milhões t em 2013/14, mas as estatísticas de setembro deste ano já apontam para 106,5 milhões t, um acréscimo de quase 19% de um ano para outro.

Depois da queda em 2011/12, o Brasil retomou a curva ascendente na produção, chegando ao patamar atual de 94 milhões t, uma evolução de 8,4% em relação ao ciclo 2013/14. Mundialmente, o crescimento chega a 9,8% com o patamar atual de 311,1 milhões t em relação aos 283,1 milhões registrados em 2013/14.

Atualmente, os estoques mundiais de soja somam 90 milhões de toneladas, enquanto o volume chega a 190 milhões t de milho. “O efeito direto disso é que a soja saiu do patamar de US$ 12/bushel para US$ 9,60/bushel, e o milho caiu de US$ 5/bushel para US$ 3,40/bushel”. O bushel é um padrão de medida norte-americano que equivale a pouco mais de 27 quilos.

Com essa pressão baixista nos preços dos grãos, a perspectiva é de que a lucratividade seja comprometida na safra 2014/15. “E essa sinalização deve ser considerada não apenas pelo produtor, mas por toda a sociedade, principalmente num Estado eminentemente agrícola como Mato Grosso. Porém, os reflexos vão atingir todo o país”, pondera Ozelame.

ALTERNATIVAS – Para tentar evitar prejuízos no próximo ciclo, o gestor do Imea sugere que os produtores avaliem a possibilidade de investir em contratos de opção – uma espécie de contrato a prazo feito na Bolsa de Valores em que o vendedor garante o direito de pré-definir o preço de venda futura. “É uma alternativa que pode ajudar o produtor a se proteger das oscilações de preços” e garantir lucro à produção, ou a maior parte dela.

Outra alternativa discutida durante o seminário de Rentabilidade na Agricultura foi o cooperativismo. “A união de produtores para a compra de insumos, por exemplo, pode ajudar na redução de custos, o que é desejável num momento como este”, pontua o gerente de Planejamento da Aprosoja/MT, Cid Sanches.

A diversificação de atividades na propriedade rural também é um caminho saudável. “O produtor pode investir no etanol de cereais como uma alternativa para agregar valor ao sorgo, milho e milheto”, sugere Sanches.

 

Fonte: Diário de Cuiabá

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