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Água Clara se prepara para ser pólo moveleiro

Água Clara está entre os municípios do Mato Grosso do Sul que deve migrar sua base econômica do agronegócio para a industrialização. Esse plano leva a assinatura da empresa Asperbras, que além do Brasil atua em países da África em áreas de montagem de projetos industriais, construção e incorporação imobiliária, no segmento de agronegócio atualmente direciona suas atenções para o projeto de MDF e MDP, ou seja; irá fabricar placas de fibra de madeira de média densidade, matéria prima na confecção de móveis.

Para o projeto a empresa contou com a doação da prefeitura de uma área de 500 mil metros quadrados para montagem da indústria, situada às margens da rodovia BR-262, e garantindo isenção tributária municipal.

José Silas, prefeito do município de pouco mais de 15 mil habitantes vibra com o novo empreendimento em sua gestão, pois afirma que depois da empresa sinalizar interesse em investir no local, outros empreendimentos do setor moveleiro, já pesquisam e sondam a possibilidade de instalar fábricas dos mais variados setores de móveis em Água Clara e arredores, já que com a fábrica de MDF, a região para ter uma vocação e competitividade logística para o ramo.

“Seremos sim um pólo moveleiro e referência na fabricações de móveis. Esse é apenas o início de uma mudança na história de Água Clara. Começamos com o eucalipto, faremos o MDF e virão muitas outras empresas buscando nosso potencial”, ressaltou.

E foi justamente essa vocação que levou a Asperbras acreditar no potencial sul-mato-grossense, mais precisamente Água Clara para empreender no centro Oeste. Os acionistas da empresa possuem aproximadamente 100 mil hectares de terra em Mato Grosso do Sul, onde manejavam gado – a empresa também trabalha com laticínio e venda de animais para corte – que foram direcionados para outra região.

O diretor financeiro da empresa, José Maurício Caldeira, integrante do conselho da companhia, explica que o eucalipto surgiu como uma alternativa à pecuária nas fazendas da companhia, principal atividade dentro do agronegócio.

Nesse ramo, a Asperbras atua na cria, recria, engorda e venda de animais de corte (raça nelore) em fazendas nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. No Estado de São Paulo, a empresa mantém produção de cana-de-açúcar (4.800 hectares) na região de Penápolis.

Há um ano a empresa faz um estudo para assegurar o empreendimento em Água Clara, identificando que a facilidade de escoamento de produção pela logística favorecida, pelo triângulo mineiro e acesso fácil ao Paraná e São Paulo.

“Quando se pensa em um projeto dessa magnitude, um dos primeiros fatores a serem levados em conta é a logística, pois é como diminuímos custos e damos mais competitividade ao produto final. Também levamos em consideração a vocação do local. Água Clara já possui florestas de eucalipto e nós já tínhamos área própria para plantação”, diz o diretor financeiro.

Caldeiras explica que dos 100 mil hectares de área disponíveis para plantação de eucalipto é possível utilizar 60% para o projeto respeitando a área de preservação ambiental. Atualmente existem nesta área 8 mil hectares plantados e a previsão para 2015 é de 12 mil hectares que serão utilizados na primeira linha de produção. A unidade, no futuro, pretende ser abastecida 100% pelos plantios de eucalipto da empresa, o que pode ocorrer em 2019. Antes disso, parte da matéria-prima será adquirida no mercado. “Teremos 85% de madeira própria no processo industrial e o restante comprada de produtores locais,” diz.

Os investimentos nos plantios das florestas são de R$ 75 milhões e, no projeto da fábrica de MDF, R$ 300 milhões, para a instalação industrial, que conta com o apoio do governo sul mato-grossense.

A unidade de MDF da Asperbras segundo Caldeiras já gera nesse processo inicial 200 empregos diretos e indiretos, com o pico das obras deve gerar 700 e depois no processo fabril serão 300 diretos entre logística e produção, além de mais de 100 postos na parte de floresta.

Segundo Caldeiras, diretor financeiro, toda a parte de maquinário e suprimentos do complexo fabril tem o know how alemão e que inclusive, neste processo de montagem que deve ser iniciado em 2015, diretores da empresa ficarão na Alemanha para supervisão do que virá a Mato Grosso do Sul e ressalta que a fábrica terá o que existe de mais sofisticado no mercado de fabricação das lâminas de madeira.

O início das atividades da fábrica de MDF está previsto para 2017. Inicialmente, a Asperbras deverá produzir 220 mil metros cúbicos por ano em uma linha de produção. Mas há espaço para uma segunda linha no futuro, para produzir 460 mil metros cúbicos anualmente, estima o representante da Asperbras, com faturamento previsto de R$ 170 milhões/ano.

 

Fonte: Painel Florestal

rsuser

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