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Agronegócio: setembro foi generoso

A bovinocultura de corte, em Mato Grosso, fechou mais um mês de 2014 com bons resultados. Dentro de um cenário interno e externo positivo, tudo parece caminhar para que os bovinocultores vislumbrem uma situação melhor, visto que o poder de compra sobre os principais insumos da alimentação animal aumentou na comparação anual. Se de um lado a conjuntura favorece o criador, na outra ponta, a do consumidor, a oferta restrita de animais para abate e os bons volumes exportados, seguem elevando o preço no varejo.

No comparativo anual elaborado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a arroba valorizou quase 27%, enquanto os principais insumos utilizados em confinamentos e semiconfinamentos, retraíram até 20%, como é o caso do farelo de soja.

Como aponta o Imea, a relação de troca da arroba do boi gordo com o milho atingiu o segundo menor patamar da história. Em setembro deste ano foi necessária apenas 1,93 arroba para adquirir uma tonelada do cereal, matéria-prima para rebanhos confinados, aqueles criados com ração no cocho e não a pasto/capim. “Dos três insumos utilizados – milho, farelo de soja e caroço de algodão – apenas esse último apresentou alta no preço no período analisado. Apesar da valorização, a relação de troca melhorou quase 17%, atingindo o menor nível desde janeiro de 2012”, destacam os analistas do Instituto.

O farelo de soja apresentou a maior queda na relação de troca e atingiu o menor valor desde março de 2012, pressionado para baixo em virtude da alta oferta mundial do grão. Em setembro de 2013, a tonelada do insumo recebeu cotação média de R$ 1.147 e no mês passado veio a R$ 917, queda anual de 20,10%. A tonelada do milho, no mesmo período, passou de R$ 229,52 para R$ 227,44, retração de 0,91%. “Tudo isso resulta em um cenário animador para o bovinocultor de corte que necessita repor seus estoques de insumos alimentares”.

ARROBA – Somente na semana passada, a primeira de outubro, ambos os preços da arroba – da vaca e do boi gordos – apresentaram valorização com destaque para a alta na arroba da vaca gorda com elevação de 1,52%. A do boi gordo teve incremento de 0,57%. Entre agosto e setembro, a arroba do boi gordo valorizou passando de R$ 111,16 para R$ 114,80. “A situação pode ainda ficar melhor para os criadores mato-grossenses caso as expectativas baixistas do mercado de grãos se concretize, tendo em vista que a safra de grãos nos Estados Unidos caminha bem e os estoques principalmente de milho no mercado interno estão elevados. Dessa forma, após um longo período de matéria-prima cara, até o ano passado, por exemplo, o baixo custo da dieta pode ser um diferencial na lucratividade, para alegria dos pecuaristas e tristeza dos agricultores”, apontam os analistas de pecuária do Imea.

NO VAREJO – Em função de perspectivas de cotações elevadas para os principais insumos do confinamento – lá no início do ano quando a decisão de confinar e quanto confinar é tomada – o número de animais terminados no cocho, no Estado neste ano, evoluiu apenas 2,60% em comparação ao ano passado e a maior parte desses animais será trazida para os abates a partir deste mês, seguindo até dezembro. Enquanto essas cabeças não chegam, a pouca oferta de animais e bom momento das exportações de cortes bovinos vão segurando os preços no mercado, especialmente, no varejo.

Conforme levantamento do próprio Imea, cortes mais nobres como o filé mignon exibem preços em ascendência desde junho, chegando a mais de R$ 30. Comparando a média de preços das primeiras semanas de outubro de 2013 contra a de 2014, o quilo ficou 21,82% mais caro. Na comparação mensal, setembro/outubro a alta é de 2,04%. Todos os 16 cortes listados pelo Imea apresentaram alta anual e oito tiveram reduções na análise mensal. O preço médio do cortes aferidos pelo Imea atingiu alta anual de 14,70% e variação mensal de 0,66%. O valor médio ficou cotado em 18,14 o quilo.

 

Por: Marianna Peres

Fonte: Diário de Cuiabá

 

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