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A pressão que vem do mercado.

A resistência dos preços, que não caem na mesma velocidade para o consumidor, tem sido um dos principais entraves ao crescimento do consumo da carne suína e do consequente lamento dos suinocultores. “Um comportamento habitual do mercado é que o preço na ponta nunca baixa na mesma velocidade. Semanalmente fazemos uma análise do custo médio do valor de venda e nos supermercados e açougues mantém-se o preço na casa dos R$ 11”, lamenta o vice-presidente da Asemg, João Bosco Martins de Abreu. Com isso, o consumo não aumenta, a oferta permanece alta e os preços da carne suína seguem abaixo do necessário para cobrir os custos da criação dos animais.

Segundo levantamento do site de pesquisas Mercado Mineiro, o preço do lombo suíno foi o que mais variou entre a primeira semana de janeiro e a primeira semana de junho, caindo de R$ 11,54 para R$ 9,75, retração de 15,5%. A redução, porém, não acompanha a queda do custo da carne junto ao produtor, que chega a 35% em seis meses, se reduzindo a menos da metade desse percentual. Outros cortes, como costelinha, filé e pernil, registraram reajustes ainda mais tímidos, que no caso da costelinha chega a meros R$ 0,25

ESTOQUES ALTOS O superintendente da Associação dos Supermercados de Minas Gerais (Amis), Adilson Rodrigues, reconhece que a queda na ponta não chega na mesma proporção ao consumidor, dado que os demais custos não foram alterados. “Quando cai 35% do porco vivo, o que chega à ponta não é este animal, mas sim a versão processada. Leva-se em conta embalagem, transporte, mão de obra e outros custos, que não se alteraram”, pondera Adilson Rodrigues, que reforça que houve sim uma retração de 15% como verificado pelo Mercado Mineiro.

O fato de muitos supermercados e açougues manterem estoque também justifica a queda em velocidade inferior. “Pode levar até 60 dias para serem realizados novos pedidos. Por isso há também uma equalização dos estoques”, acrescenta Adilson Rodrigues.

Diante das justificativas dos pontos de venda, o resultado é um consumo praticamente inalterado. Segundo João Bosco, até a segunda semana de julho foram vendidas 470 mil toneladas de carne suína. “O volume é exatamente igual ao registrado no mesmo período do ano passado”, observa.

>> FORA DA PROPORÇÃO

Preços médios para o consumidor caíram menos do que a cotação da carne suína destinada a remunerar o criador. Confira.

Corte                    1ª semana             1ª semana            Variação         de janeiro     de junho    (em %)
Costelinha (Kg)            R$ 10,45            R$ 10,20            – 2,39
Lombinho – Filé (Kg)    R$ 11,55            R$ 11,09               – 3,98
Pernil sem osso limpo   R$ 10,07            R$ 9,22                – 8,44
Lombo (Kg)                R$ 11,54            R$ 9,75                – 15,51

Por: Paula Takahashi
Fonte: Jornal Estado de Minas

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