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Produtores rurais são fundamentais para a ceia de Natal e Réveillon

Um dos momentos mais esperados pelas pessoas na época do Natal é a reunião da família para se deliciar com as receitas típicas dessa época. Frutas, castanhas, vinhos, queijos, sucos de frutas, patês, geleias, peru, frango… A mesa dos brasileiros para a noite e para o almoço de Natal é farta, saborosa e variada. Por trás desses sabores há o trabalho árduo e diário dos milhões de agricultores que trabalham para que não falte alimento e para que essa celebração seja colorida, saudável e apetitosa.

Um dos protagonistas da ceia é o peru.  Pesquisas mostram que antes da colonização inglesa, os índios americanos serviam o peru, principalmente nas épocas de colheita, como uma forma de comemoração. Essa tradição foi incorporada pelos ingleses, tornando-se um costume nas datas especiais”.  A História mostra, inclusive, que foi o peru que salvou os colonos ingleses da fome, fato que originou o “Dia de Ação de Graças”, feriado norte-americano em que a ave também é o prato principal. Mais tarde, a partir da década de 1930, hábitos como comer peru no Natal foram sendo trazidos ao Brasil e o costume continua até os dias atuais. Pequeno produtor rural de São Paulo e presidente da Associação Brasileira de Criadores de Aves Raras, João Germano cria suas aves com o objetivo de preservar a raça, no entanto, confirma que a procura pelo peru é maior em dezembro. “No Estado de São Paulo quase não há pequenos produtores que trabalham com o peru; a maioria encontra-se do Sul e atende grandes empresas. Como preservo a raça pura, tenho um média de comercialização de 50 cabeças, que são utilizadas para fins variados como ornamentação, por exemplo, mas é seguro afirmar que nesta época do ano a venda aumenta em 70% e chego a vender cerca de 150 no mês”, avalia. Além do peru, marcam presença na mesa dos brasileiros o frango, bacalhau, chester, pernil e leitão.

Outro ingrediente bastante presente na ceia de Natal é a castanha portuguesa. Consumida assada ou cozida é uma fruta muito procurada nesta época do ano. Marcelo Motta, produtor de São Bento do Sapucaí, atendido pelo Núcleo de Produção de Sementes, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, explica que a castanha tem origem europeia. “Herdamos dos portugueses o costume de comer castanhas, pois eles as trouxeram ao Brasil. Aqui no País, a produção acontece entre novembro e março e o consumo maior ocorre entre o Natal e o Ano Novo. Para Marcelo, esta é a melhor fase para que os produtores lucrem com as vendas desse produto, justamente pela tradição das famílias brasileiras”, diz Marcelo, que conta ainda que, para não deixar faltar esse produto na ceia de Natal, uma grande rede de supermercados importou de Portugal, em 2010, duas mil toneladas de castanhas.

A produção de Marcelo, que trabalha com castanha há 12 anos, varia de quatro a sete toneladas, no entanto, este ano, por causa da falta de chuvas, a colheita será menor. Mesmo assim, ele diz que comercializa nos dois últimos meses do ano, quase que 100% do que produz e, de janeiro a março, a alternativa é vender a produção a grupos étnicos como japoneses e judeus, que têm o costume de consumo constante da fruta. Para os consumidores, o produtor deixa uma mensagem.  “Muitos confundem as castanhas portuguesas importadas com as produzidas no Brasil. As diferenças são que as nacionais são mais frescas e consequentemente têm mais água; são mais brilhantes e adocicadas. Podem ser usadas in natura, em farofas, no arroz e até em doces. Ficaria feliz se as pessoas consumissem as castanhas durante todo o ano e não só nesta época. Elas são saudáveis e, diferente de outras frutas como a amêndoa, noz, macadâmia, ela é isenta de óleo e apresenta bastante amido, vitaminas B e C e tanto potássio quanto a banana”.

As frutas também não podem ficar de fora. Rodrigo Veraldi, produtor atendido pelo Núcleo de Produção de Mudas de São Bento do Sapucaí, da CATI, diz que esta é uma ótima época para a produção e para a comercialização de frutas vermelhas como maçã, cereja, amora e framboesa. “Em dezembro, produzimos cerca de 10 toneladas de frutas e vendemos cerca de 80% delas frescas para aproximadamente 10 estabelecimentos comerciais da região. Durante o ano, essas frutas são vendidas congeladas justamente por serem produzidas apenas nessa época. As mesas e os paladares ganham com essas frutas diferenciadas e, nós, produtores rurais ficamos felizes com o aumento das vendas”.

Outra fruta tradicional das festas de fim de ano é a romã. Diz a lenda que, para atrair dinheiro, as pessoas devem comer a romã na noite do dia 31 de dezembro, separar sete sementes que devem ser guardadas na carteira até a próxima passagem do ano. Independentemente do resultado, o que é certo é o benefício da fruta para a saúde. A romã é um poderoso antioxidante, colabora para a beleza da pele, inibe os índices do LDL – o colesterol ruim -, entre outros benefícios. De acordo com André Yamanaka, produtor de São Miguel Arcanjo e que trabalha há 10 anos com a fruta, os brasileiros não têm o hábito diário de saborear a romã e o consumo maior, sem dúvida, é no fim do ano.  “O consumo aumenta de forma vertical nesta época e consigo comercializar grande parte da produção”, informa André, que produz anualmente cerca de 150 toneladas da fruta. “A romã é muito procurada por outros países e a importada também é bastante consumida no Brasil. Vale a pena experimentar a romã nacional; a que produzo, por exemplo, tem a semente super macia, tem brilho, o suco extraído tem a cor idêntica à do vinho tinto e algumas chegam a pesar até 1,3kg, quando a média é de 700 g”, orgulha-se.

Além das comidas e simpatias, o brinde não pode faltar. O vinho, produzido a partir da fermentação do sumo da uva, é bastante apreciado nas reuniões familiares. Em Jundiaí, considerada a Terra da Uva e do Vinho e uma das cidadesdo Circuito das Frutas, há vários pequenos produtores que trabalham na produção dessa bebida. Muitos deles estão reunidos na Associação de Viticultores Artesanais de Jundiaí (AVA), que, apesar do nome, já se tornou uma cooperativa.  A AVA, atendida pela Casa da Agricultura de Jundiaí, com o apoio da CATI Regional Campinas, participa do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável Microbacias II – Acesso ao Mercado, e na terceira Chamada Pública, pleiteou veículo e maquinários para colocar em funcionamento uma linha de envase de vinho itinerante. Uma parte da solicitação já foi adquirida e outra está em licitação.  José Boschini, produtor integrante da AVA, confirma que a procura pelas uvas e pelo vinho é maior 60% que no restante do ano. “De um lado, os consumidores podem contar com o 13º salário para investir nas festas. Do outro, temos a parceria de empresas que compram vinhos para presentear seus funcionários e clientes. O vinho é um presente elegante e com preço acessível e as uvas podem ser consumidas naturalmente, em doces, molhos e usadas na decoração. É fato que nesta época o mercado está aquecido e nós, produtores, também ficamos satisfeitos ao ter uma melhor renda”.

Prato principal, acompanhamento como arroz, uma salada, maionese, sucos, sobremesas e outros tantos alimentos que saboreamos só são possíveis graças ao trabalho digno dos produtores rurais. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, presta suas homenagens e deseja um Natal iluminado e um 2015 de muita produção a todos os agricultores do nosso País!

 

Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo

 

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